O líder da oposição na Câmara do Recife, vereador Alcides Cardoso (PL), se posicionou, na rede social X, a respeito da aprovação – após tramitação de apenas 24 horas - de um projeto de lei enviado pelo prefeito João Campos (PSB) autorizando a Prefeitura do Recife a contrair um empréstimo de R$ 580 milhões para pagamento de dívidas antigas pouco mais de cinco meses da eleição municipal.

Na avaliação de Alcides Cardoso, o prefeito “atropelou a Câmara do Recife” com o projeto e ele seria sintomático quanto ao “descompasso das contas” da gestão em pleno ano eleitoral. “João Campos atropelou a Câmara do Recife e votou em vinte e quatro horas, sem direito a discussão, projeto que autoriza empréstimo de quinhentos e oitenta milhões para a Prefeitura honrar dívidas.

Além do desrespeito à democracia, sem diálogo, isto é sintoma do descompasso das contas.

Prefeito gastou mais do que tinha”, declarou o líder da oposição.

Segundo o vereador, a bancada de oposição consultará o jurídico para avaliar as medidas que poderá tomar em relação ao que classifica de desrespeito às regras do Regimento Interno da Casa.

Ele disse que as regras preveem, mesmo em regime de urgência, prazos condizentes com a possibilidade de discussão de matérias.

Ainda de acordo com o vereador, os indícios de que a gestão municipal contraiu mais despesas que as receitas disponíveis, sobretudo no ano de 2023, estão confirmadas com esse “pedido de socorro” do prefeito à Câmara para contratação do empréstimo junto à Caixa Econômica Federal. “Em nome de um projeto eleitoral pessoal, o prefeito está sendo irresponsável com as contas públicas da cidade.

Atrasaram pagamento do material escolar, da contribuição previdenciária dos servidores, o Saúde Recife está em crise, agora pedem um empréstimo de mais de meio bilhão para pagar outras dívidas.

São peças que vão se juntando e deixando evidente que a situação do caixa da Prefeitura é crítica.

Enquanto isso, gastam cem milhões com Carnaval para lacrar nas redes.

O Recife não merece isso”, comparou. “Em 2023, a gestão João Campos, tinha como meta fechar as contas com superávit primário de R$ 339,3 milhões, mas terminou com déficit primário de R$ 403,8 milhões.

Também em 2023, o nível da dívida em relação à receita fechou em 23,93% enquanto o limite estabelecido pelo Senado Federal é de 120%”.