Iuri Pitta, n CNN Brasil Não chegou a dar no New York Times, mas a “nevada” do prefeito do Recife, João Campos (PSB), foi um fenômeno do carnaval que não morreu na Quarta-Feira de Cinzas.

As redes sociais ajudam, claro, mas a brincadeira de descolorir o cabelo durante a festa popular só cresceu e foi replicada além da cidade do Rio Capibaribe porque vem respaldada por uma gestão bem avaliada e pela força da família e do partido do mais jovem gestor de capital do país.

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A exemplo de outros levantamentos, Campos surge não só na liderança, mas na expectativa de conseguir vencer a disputa ainda em primeiro turno.

Com isso, asseguraria uma sequência de 16 anos de gestões do PSB na cidade, superando os 12 anos do PT entre janeiro de 2001 e dezembro de 2012.

Não é por outro motivo que o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece mais engajado em indicar o candidato a vice-prefeito de Campos do que em ter nome próprio na disputa.

Depois da perda do governo estadual após quatro gestões – duas do pai de João, Eduardo Campos, e duas de Paulo Câmara – para a atual governadora, Raquel Lyra (PSDB), o PSB tem no Recife a cidadela para tentar retomar, em 2026, o Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo pernambucano.

Passados o carnaval e a quaresma, a “neve” de João Campos tem tudo para seguir firme até outubro.

Mas o que o prefeito quer, mesmo, é que ela siga sem derreter até 2026.

Iuri Pitta apresenta-se como jornalista, mestre em administração pública e governo e professor universitário.

Atuou como repórter, editor e analista em coberturas eleitorais desde 2000