A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lança, nesta segunda 22 de abril, a 38a edição da publicação Conflitos no Campo Brasil, com os dados da violência ligada a questões agrárias no país ao longo de 2023.

O lançamento ocorre na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Brasília/DF, com transmissão pelo canal do YouTube e redes sociais da CPT.

Mesmo havendo redução no número de assassinatos em conflitos no campo em relação ao ano anterior (31, em 2023, e 47, em 2022), já é possível antecipar que, em 2023, foram registrados os maiores números de conflitos fundiários desde o início dos levantamentos, em 1985.

Dentre outros aspectos, o relatório traz destaques para as violências protagonizadas pelos governos estaduais.

A entidade diz que eles têm agido com repressão policial intensa contra acampamentos e assentamentos, comunidades quilombolas e terras indígenas.

As ocorrências de trabalho escravo rural e de pessoas resgatadas também apresentam os maiores números desde 2007.

Regiões do país que concentraram mais conflitos foram o Norte e o Nordeste, com 810 e 665 ocorrências.

Na sequência, vêm o Centro-Oeste (353), o Sudeste (207) e o Sul (168).

Relatório Elaborado anualmente há quase quatro décadas pela Comissão Pastoral da Terra, o Conflitos no Campo Brasil é uma fonte de pesquisa para universidades, veículos de mídia, agências governamentais e não-governamentais.

A publicação é construída principalmente a partir do trabalho de agentes pastorais da CPT, nas equipes regionais que atuam nas comunidades rurais em todo o país, além da apuração e confirmação de notícias, feita pela equipe de documentalistas do Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (Cedoc/CPT) ao longo de todo o ano.