Um estudo especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o programa Bolsa Família reduziu as desigualdades socioeconômicas no Brasil.
De acordo com a pesquisa, um em cada cinco lares recebeu o benefício em 2023.
No último ano, quando a nova versão do programa foi implementada pelo presidente Lula, em março, a proporção de domicílios com pelo menos um beneficiário do Bolsa Família chegou ao maior patamar da série histórica, com 19%.
Os maiores percentuais estavam concentrados nas regiões Norte, com 31,7%, e Nordeste, em 35,5% dos lares. “A pesquisa do IBGE revela o impacto fundamental do Programa Bolsa Família para o nosso Brasil.
Mostra que estamos cuidando do nosso povo, dando oportunidades, melhorando a vida das pessoas. É esse o objetivo do governo do presidente Lula e vamos seguir avançando, vamos tirar o Brasil do Mapa da Fome e vamos continuar reduzindo as desigualdades do nosso país”, comemorou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
Segundo o IBGE, a evolução das rendas deu suporte para a redução das desigualdades, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
O índice de Gini, que mede a concentração da distribuição de renda em uma população, com variação entre zero e 1 – sendo quanto mais perto de zero, menor é a desigualdade – teve quedas mais expressivas nas duas regiões.
O índice de Gini do rendimento mensal real domiciliar per capita no país manteve-se em 0,518, o menor da série histórica.
O Gini mais alto da série (0,545) ocorreu em 2018.
O estudo apura informações relacionadas ao rendimento recebido pela população, como trabalho, pensões, aposentadorias e outros.
A categoria de fontes de renda que inclui o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), além do Seguro Desemprego, do Seguro Defeso e de bolsas de estudo, chegou a R 947 de rendimentos, o maior valor da série histórica, iniciada em 2012.
Com a melhora do mercado de trabalho e o aumento do número de beneficiários de programas sociais no ano passado, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita chegou a R 398,3 bilhões, outro recorde registrado pela PNAD Contínua.
Na comparação com 2022, o aumento foi de 12,2%, ao passo que em relação a 2019 (R 365,2 bilhões), ano que até então marcava o maior valor da série histórica, a expansão foi de 9,1%.
O levantamento mostra ainda que entre 2019 e 2023, o rendimento per capita do grupo de domicílios que recebia o Bolsa Família cresceu 42,4% (de R 446 para R 635), enquanto entre aqueles que não recebiam, a variação foi de 8,6% (de R 2.051 para R 2.227).
O pesquisador Gustavo Geaquinto disse que o crescimento está relacionado, sobretudo, ao principal programa de transferência de renda do país. “O valor médio do benefício pago pelo Bolsa Família voltou a crescer em 2023.
Isso refletiu no valor médio dos outros rendimentos, principalmente pelo fato de que o rendimento proveniente do Bolsa Família é o de maior peso na rubrica outros rendimentos”, afirmou.