Marcelo Crespo, professor e coordenador dos cursos de graduação e pós-graduação de Direito da ESPM e especialista em Direito Digital, afirma que a conjuntura brasileira tem uma lacuna legislativa preocupante no que diz respeito à regulamentação das redes sociais e à responsabilização das plataformas digitais por conteúdo criminoso e desinformativo. “O Brasil se vê em uma situação paradoxal, em que a inação e o descaso por parte das instituições políticas permitem que figuras como Elon Musk ajam impunemente, explorando essa brecha legal para seus próprios interesses financeiros.” O especialista explica que o engavetamento do Projeto de Lei das Fake News pela Câmara dos Deputados, aliado à falta de iniciativa do governo e do Supremo Tribunal Federal, mostram um país carente de uma resposta eficaz e coordenada para lidar com os desafios do ambiente digital. “Embora haja propostas legislativas promissoras, como o mencionado projeto baseado no modelo europeu de regulação das mídias sociais, o impasse político impede seu avanço”, diz Crespo. “A necessidade urgente de uma ação legislativa e judicial para preencher essa lacuna é evidente, pois a ausência de regulação só contribui para a disseminação de conteúdo criminoso e desinformativo, comprometendo a integridade das redes sociais e a segurança da sociedade como um todo.” O professor lembra que a conjuntura atual exige uma resposta das autoridades para evitar que o Brasil se torne ainda mais vulnerável à manipulação e à propagação de informações prejudiciais. “Não há opção de não cumprir com as leis brasileiras ou decisões judiciais.

No caso de se pretender descumprir, a saída é, de fato, deixar o país”, afirma.

MUSK X MORAES O ministro do STF Alexandre de Moraes incluiu Elon Musk no inquérito das milícias digitais.

O magistrado mandou a Polícia Federal investigar se o empresário cometeu crimes de obstrução à Justiça após ele reclamar de ordens para bloquear perfis de extremistas na rede social X, antigo Twitter.

Para Moraes, o dono da plataforma passou a promover uma “campanha de desinformação” sobre a atuação do STF e do Tribunal Superior Eleitoral.

Antes, Musk acusou o ministro de ’trair o povo brasileiro’ de forma ‘descarada e repetida’ e pediu o seu impeachment.