O ministro dos Transportes, Renan Filho, desembarcou no estado nesta sexta-feira (5), ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para conferir o andamento das obras da Transnordestina no canteiro de Iguatu (CE).

No Ceará, o ministro alagoano disse que, devido a sua prioridade, a Transnordestina teve, no governo Lula, o trecho Salgueiro-Suape (PE) reinserido no programa de aceleração do crescimento – o Novo PAC.

Ele havia sido retirado do contrato de concessão na gestão Bolsonaro.

O então ministro era Tarcísio de Freitas, que virou governador de São Paulo.

O blog de Jamildo revelou a iniciativa que prejudicava Pernambuco em primeira mão.

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Segundo a União, o TCU analisava inconsistências relacionadas ao contrato de construção e exploração da ferrovia Nova Transnordestina, o que impedia, até então, o aporte de recursos públicos federais no empreendimento.

Com a decisão da Corte de Contas, os trâmites para início de execução das obras podem ser acelerados.

A previsão é de que R 450 milhões sejam investidos nos próximos anos para conclusão do braço pernambucano da estada de ferro.

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Nesse trecho, são executados serviços de infraestrutura, como terraplanagem e drenagem.

Na sequência, começam os trabalhos de superestrutura, instalação de trilhos e dormentes.

Dos 1.206 quilômetros que a ferrovia terá, 679 quilômetros já estão concluídos. “Nós vamos entregar a ferrovia de integração nacional, que vai reinserir o Nordeste na estratégia de desenvolvimento do país, trazendo oportunidade pra todo mundo”, assegurou o ministro Renan Filho.

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Deputados e senadores de Pernambuco reagem à intenção do governo Bolsonaro de não fazer projeto da Transnordestina no estado Paulo Câmara fará reunião com bancada pernambucana sobre Transnordestina Bancada pernambucana condena decisão de ministro do governo Bolsonaro sobre futuro da Transnordestina O avanço da obra nesta região cearense deve gerar mais 1,3 mil postos de trabalho.

Atualmente o empreendimento registra 3,8 mil empregos, entre diretos e indiretos, com mais de 90% de mão de obra local.

Em 2025, no pico da construção, o número pode saltar para 23.200 empregos.

Durante a passagem por Iguatu, o presidente Lula garantiu que as oportunidades só vão aumentar. “Se depender do governo, vamos cumprir todos os acordos firmados e não vamos permitir que faltem os recursos necessários para terminar essa ferrovia”, afirmou.

Com a retomada de investimentos federais no projeto, houve um expressivo salto na evolução das obras.

Em 2023, foram aplicados cerca de R 269 milhões no empreendimento, que hoje contam com uma evolução de 61% de avanço físico. “A Transnordestina levou 16 anos para ter 40% de obra executada.

Em um ano, já temos 61%!

Até 2025, devemos gerar mais de 23 mil empregos.

Com Pernambuco de volta ao projeto, vamos ainda mais longe!”, destacou o ministro Renan Filho.

Desenvolvimento De Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará, a Transnordestina terá uma extensão de mais de 1,2 mil quilômetros, passando por 53 municípios dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.

A ferrovia será responsável pelo transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério.

Boa parte dessa carga seguirá para o mercado externo. “Tem gente que acha que o Nordeste não merece uma ferrovia desse tamanho.

Mas tem gente como o presidente Lula e como vocês que sabem que essa região, se incentivada, tudo que aqui a gente bota, o Nordeste bota pra frente e faz o país avançar”, afirmou o ministro dos Transportes.

Integração Já em 1956, a necessidade de uma conexão no Nordeste havia sido percebida, tanto que uma ligação entre Missão Velha (CE) e Petrolina (PE), passando por Salgueiro (PE), já constava no Plano Ferroviário Nacional.

A construção do que viria a ser a Transnordestina foi iniciada em 1959.

Porém, logo o projeto foi interrompido por ter sido considerado economicamente inviável.

Somente cinco décadas depois, em 2006, durante o primeiro mandato do presidente Lula, o Governo Federal retomou o projeto da ferrovia, dando seguimento às obras.

O orçamento atual do empreendimento é de R 15 bilhões.

Executada com capacidade de transportar 30 milhões de toneladas por ano, a Transnordestina pode se tornar sinônimo de redução dos custos de transportes dos produtos provenientes dos pólos industriais, minerais e de agronegócios existentes na região Nordeste.

Na avaliação do presidente da República, é fundamental investir não somente em rodovias, mas também em ferrovias e hidrovias de qualidade no Brasil. “Precisamos ter um sistema intermodal para utilizar todo o potencial para transportar gente, carga e para baratear as coisas para o nosso povo", ressaltou, nesta sexta-feira. “Na próxima vez que eu vier aqui a Iguatu, eu virei pela Transnordestina”, concluiu Lula.

Entre os benefícios de sua implantação destacam-se: Incremento do escoamento de grãos do semiárido brasileiro Fomento ao desenvolvimento socioeconômico do Porto de Pecém (CE) Aumento de competitividade do setor agrícola Otimização do escoamento da produção do polo de fruticultura de Petrolina e Juazeiro (CE) Geração de empregos