O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), e vários deputados estaduais aproveitaram o mote da crise da segurança dos jogos de futebol para tecer várias críticas contra a governadora Raquel Lyra (PSDB), na área de segurança pública em geral.
As falas foram em sessão da Assembleia, nesta quarta-feira (3). “A área de segurança tem sido uma preocupação de um modo geral, e não apenas nos estádios.
A polícia está acuada, desmotivada.
Os pernambucanos não podem passar por isso”, frisou Álvaro Porto, ainda formalmente no PSDB, mas rompido politicamente com a governadora.
A recomendação do comandante-geral da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), Ivanildo Torres, para que a partida entre Sport e Ceará pelas quartas de final da Copa do Nordeste “seja realizada com portões fechados”, por não haver como garantir “absoluta segurança”, repercutiu no plenário da Alepe.
A orientação foi uma resposta da PMPE à intimação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O deputado Pastor Júnior Tércio (PP) pediu “posições mais enérgicas do Governo”, pois, segundo ele, o futebol estadual já se encontra “na UTI”.
Em aparte, Rodrigo Farias (PSB) ressaltou o episódio de 21 de fevereiro, quando atletas do time do Fortaleza foram atingidos por pedras atiradas por integrantes de torcidas organizadas do Sport. “E hoje somos surpreendidos com a declaração do comandante da PM, que soa como decreto de falência das autoridades policiais”, argumentou Rodrigo. “Estou na polícia há 20 anos, e foi com surpresa que recebi essa notícia.
Se a segurança conseguiu dar conta de um Carnaval, tem condições de fazer um jogo de futebol”, acrescentou a Delegada Gleide Angelo, também deputada do PSB.
Para Edson Vieira (União), “é preciso que a Casa cobre uma explicação do representante da PM”.
Durante discurso, João Paulo (PT) também criticou o ofício assinado pelo comandante da PM.
De acordo com o petista, foi um erro político “gravíssimo”, que revela o despreparo da instituição para garantir a segurança do público nos estádios.