Nas eleições de 2022, antes de se enfrentarem no segundo turno, Marília Arraes e Raquel Lyra se encontravam nos bastidores para trocar figurinhas sobre o ano eleitoral e um eventual apoio caso uma das duas estivesse melhor colocadas.
Dois anos depois, nesta terça-feira, conforme revelou com exclusividade o Blog de Jamildo, a ex-deputada federal Marília Arraes aderiu ao palanque do prefeito João Campos, do PSB.
A rede dos tucanos não passou recibo publicamente, mas nos bastidores se deliciaram com uma decisão recente da Justiça do Estado contra a presidente do Solidariedade em Pernambuco.
Os aliados de Raquel Lyra destacaram, com ironia (“sem emprego desde que perdeu a eleição para o Governo de Pernambuco, foi sua segunda derrota consecutiva em campanhas majoritárias”), o fato da ex-deputada federal Marília Arraes precisar tirar R$ 50 mil do bolso para, “finalmente”, pagar ao corretor de imóveis que intermediou a venda de apartamento dela e do seu marido, André Cacau, no final de 2022.
Pelo relato, Marília só vai pagar porque a Justiça de Pernambuco deu ganho de causa ao corretor Alexandre Pedrosa Peixoto, que precisou ajuizar ação no 16º Juizado Especial Cível e das Relações da Capital para ter garantido o recebimento pelo seu trabalho, reconhecido pela juíza Maria Betânia Beltrão Gondim.
Leia Também Marília Arraes explica apoio à reeleição de João Campos Marília Arraes vai apoiar reeleição do prefeito João Campos Marília Arraes lança candidato em Caruaru nesta quarta-feira “A situação financeira da ex-deputada e ex-vereadora – agora na base do prefeito João Campos (PSB) – é tão complicada que Marília chegou a solicitar ao Juizado, no último dia 19 de março, assistência judiciária gratuita”, destacou-se, nos bastidores.
No caso, a Justiça não concedeu o pedido. “Não foi apresentado nenhum documento apto que demonstre a alegada hipossuficiência financeira e autorize a concessão da benesse ora pleiteada.
Ressalto que ambos os réus possuem profissão (biomédico e advogada)”, escreveu a juíza.
Na decisão do mérito sobre o pagamento da comissão ao corretor, proferida em 27 de fevereiro, a juíza alega que o autor (corretor de imóveis) foi deixado no “vácuo” sem quaisquer respostas após cinco tentativas de envios de mensagens por aplicativo de mensagens. “A meu ver, houve clara má-fé dos demandados em fechar o negócio com o comprador e passando por cima do demandante para não pagar a comissão prometida verbalmente”.
O corretor teria realizado o trabalho em favor da venda do apartamento até 25 de outubro de 2022 junto ao futuro comprador, mas um encontro entre o casal Marília Arraes e André Cacau e o comprador, num casamento naquele mês, teria colocado o corretor em escanteio.
A tese da acusação era que, a partir daquela data, Marília e André passaram a ignorar o corretor e venderam o imóvel.
Segundo a Justiça, o valor de R$ 50 mil deverá ser pago com correção monetária a partir do contrato de compra e venda 22/03/2023 e juros à ordem de 1% a contar da citação.
O corretor também pediu para ser ressarcido por suposto danos morais, mas a juíza entendeu que não houve.
O processo está inscrito na Justiça Estadual sob o número 0048002-85.2023.8.17.8201.