De público, os aliados de João Campos, que busca a reeleição, mantém a postura de falar pouco sobre as movimentações no Recife, para evitar marolas que acabem atrapalhando o projeto político do herdeiro de Eduardo Campos.

Nos bastidores, entretanto, ao menos uma raposa felpuda do PSB deixou escapar o que se espera, no partido, mantido o favoritismo de João Campos. “Com a baixa aprovação dela, Raquel Lyra não vai influenciar em nada as eleições de 2024.

Se não tiver cuidado, pode até atrapalhar seus aliados”, avaliam.

Leia Também Atlas diz que Gilson Machado tem 21,4% e João Campos tem 57,3% no Recife Esta cristalizada ainda a percepção de que o plano do Campo das Princesas vai ser pulverizar ao máximo as candidaturas, de maneira a tentar levar a disputa para o segundo turno, dificultando a vida do atual prefeito. “Sem dar carga em um único nome, o problema desta estratégia deles é que o candidato deles (Daniel Coelho) pode acabar saindo menor do que Gilson Machado.

Eles vão correr na mesma faixa, vão disputar a parte dos votos bolsonaristas no Recife”, afirma um graduado interlocutor do processo no PSB.

Confirmando-se ou não esta avaliação, Gilson Machado apareceu com 7% em vários cenários da pesquisa da Big Data sobre o Recife, já colocando Daniel Coelho atrás.

Aliados do secretario de Turismo reagiram afirmando que o número seria inventado e que Gilson Machado não tinha de fato este patamar.

A preocupação com o bolsonarismo é tão real que em uma das avaliações internas fala-se que o PT traz problemas se assumir a vice de João Campos. “Se colocar o PT na vice, pode-se correr o risco de afastar o voto daquele conservador, de centro, que não é tão radical de direita.

Em um ambiente de polarização, o PL erra a estratégia ao lançar Gilson Machado.

Um conservador mais moderado poderia ter os votos da direita e do centro”, afirma a fonte do blog. “João e Lula vão decidir a questão da vice, mas na frente” Na disputa contra Marília Arraes, de fato, João Campos precisou bater duro no PT para conquistar o eleitor mais ao centro na capital pernambucana e acabou dando certo porque ele venceu a prima.

Quando era vivo, Eduardo Campos dizia que sua relação era com Lula e não com a “petezada”, numa referência aos militantes mais radicais de esquerda.