Depois de ajudar a mudar a construção civil em Paulista, nos últimos anos, o empresário Avelar Loureiro Filho, dono da construtora ACLF, dedica-se agora a reinventar o programa Minha Casa Minha Vida, dedicado a clientes com renda mais baixa, no município do litoral Norte.
O grupo econômico está lançando o projeto Alameda dos Corais, financiado pelo Minha Casa Minha Vida e Morar Bem, de Raquel Lyra, na praia de Conceição, em Paulista, a 200 metros do mar.
Com 50 metros quadrados de área, o projeto é diferenciado para os parâmetros do Minha Casa Minha Vida não só pelo tamanho ou localização.
Com direito até a suite, no Recife a planta poderia ser vendida para o mercado de classe média.
O projeto tem 15 andares (quatro unidades por andar), com dois elevadores.
Em geral, para baratear os projetos do Minha Casa, os prédios não passam de quatro andares para não encarecer o empreendimento. “Criamos um novo tipo de mercado, puxando o sarrafo para cima.
Com os ganhos do processo de racionalidade no processo construtivo, diminuímos o preço para o produto (no caso, R$ 190 mil a unidade)”, conta Avelar Loureiro Filho.
Apartamento decorado apresenta planta do projeto habitacional Minha Casa Minha Vida, para praia de Conceição - Divulgação Um dos segredos da empresa é uma central de concretagem, que garante a qualidade e a disponibilidade do produto para os canteiros de obras, na hora exata, para evitar desperdícios de material ou ociosidade na espera do caminhão betoneira. “Além disto, só é concreto o que é estrutural.
Usamos dry wall, para termos menos resíduos.
Brincamos dizendo que temos uma linha de montagem, só com encaixes de pré-moldados”, explica.
Novas oportunidades em Paulista O engenheiro civil e economista, com mestrado em engenharia de produção, já ajudou a criar um bairro planejado no bairro do Frio e planeja agora mais três, incluindo Conceição agora em 2024 e Frio 2 e Votorantim em 2025.
O diferencial destes projetos será o urbanismo inclusivo, além da oferta de comércio e serviços agregados. “Vamos ter comunidades planejadas, com uma nova camada de urbanismo.
Serão bairros abertos, com propriedade privada mas uso público.
Com comércio e serviços ao nível da rua”, afirma, explicando que a opção é uma alternativa ao projeto de expansão de cinco mil metros do North Way. “Vamos fazer essa expansão fora (do shopping).
Paulista tem a sorte de não ter pobre muito pobre nem rico muito rico (como Recife).
Só aqui na agência da Caixa Econômica Federal são 140 mil contas.
Estes novos projetos habitacionais, que nós calculamos em cerca de 20 mil unidades, serão destinados às pessoas que compraram apartamentos na primeira leva, cresceram de renda, além dos novos habitantes que virão para Paulista em busca de qualidade de vida alta”, diz.
Um dos alvos do bairro planejado no terreno da Votorantin, em Maria Farinha, por exemplo, são os funcionários da Fiat, de Goiana, que hoje escolhem a Paraíba.
No caso, o grupo já negociou uma área de 400 hectares da antiga fábrica de cimentos, para a implantação deste novo conceito de urbanismo, com calçadas de até 8 metros e fachadas ativas, de uso misto, justamente para o comércio.
As áreas comerciais não são vendidas, são locadas, como se fosse uma fração de um mall. “Com o movimento place-make (fazer o lugar), a gente vai criando comunidades planejadas.
No começo, a ativação é nossa, como segurança e uso das praças, depois passa para a associação de moradores.
Não é como se vê hoje, entre o público e o privado.
Assim, é uma ajuda aos governantes (assumindo a segurança e gestão dos espaços).
A ideia é a pessoa ter o mínimo deslocamento possível, consumindo e trabalhando ali”, explica.
Em caso de necessidade de deslocamento, como está em um entroncamento, Paulista é servida pela PE 15, que está sendo totalmente requalificada, além da PE 01, que está sendo duplicada até Maria Farinha.
Há ainda a PE 22, que liga a cidade ao litoral e espera recuperação desde Paulo Câmara, mas já foi prometida pela governadora Raquel Lyra.
O empresário Avelar Loureiro Filho dirige a ACLF, com atuação em Paulista e no Estado - Divulgação Decolagem de Paulista “Agora que Paulista vai decolar.
Agora é que, aqueles que plantaram boas sementes, vão começar a colher.
Para que se tenha uma ideia, há 20 anos, não havia um único supermercado entre o Tacaruna e João Pessoa.
Com o shoppinh North Way, desenvolveu-se uma centralidade complementar às praias, baseada no serviço.
Agora, podemos voltar às praias”, explicou. “Desde 2003, com o plano diretor, cerca de 42 mil famílias vieram morar aqui em Paulista, atraídas por novas oportunidades e qualidade de vida.
Vamos transformando os endereços.
Foram 14 mil unidades criadas no entorno” Quem duvidar das apostas da ACLF em Paulista, pode começar se perguntando o que estariam fazendo por lá um Mix Mateus, um Atacadão e agora um Novo Atacarejo. “Matéria atrai matéria”, resume Avelar Loureiro Filho, que promete jamais se candidatar a nenhum cargo público, na cidade ou fora da cidade, para não misturar as bolas.
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