Por Mano Ferreira, co-fundador do Livres, movimento político suprapartidário em defesa do liberalismo.

No cenário político e econômico do Brasil, empresas como a Vale e a Petrobras têm sido frequentemente alvo de debates e preocupações relacionadas a possíveis interferências políticas em suas operações.

Enquanto a Vale enfrenta problemas no processo de sucessão do CEO, a Petrobras também se encontra em destaque, com o Conselho de Administração da estatal optando por reter dividendos extraordinários.

Esses eventos destacam a sensibilidade em torno da autonomia das empresas estatais e privadas.

Na última segunda-feira (11), o conselheiro José Luciano Duarte Penido, da Vale, renunciou ao cargo no colegiado da mineradora.

Em sua abdicação, ele criticou o processo de sucessão para o cargo de CEO da companhia, afirmando que a empresa sofre de “nefasta influência política”.

No começo do ano, o presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalhou para emplacar o ex-ministro Guido Mantega para ser o diretor-presidente da Vale, mas acabou desistindo por receber muitas respostas negativas sobre a decisão.

Já na Petrobrás, o presidente critica a gestão por supostamente pensar apenas nos acionistas e não nos mais de 200 mil brasileiros, “o mercado financeiro é um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo.

Se eu for atender apenas a choradeira do mercado, não se faz mais nada”, comentou em entrevista para o SBT.

Esses episódios demonstram o patrimonialismo e a mentalidade dirigista cada vez mais presentes no governo, onde o presidente acredita que as empresas públicas e privadas do País devem servir a seus interesses e que ele pode ditar os rumos de todos.

Se tínhamos avançado em governança com a Lei das Estatais, estamos retrocedendo rapidamente ao cenário de intervencionismo estatal que levou ao escândalo do Petrolão e ao desastre econômico dos anos Dilma.