A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) informa que começou a receber as primeiras cartas de intenção das empresas do Polo Gesseiro do Araripe interessadas em fazer a transição energética das indústrias do setor da biomassa para o gás natural.

Uma equipe técnica da Copergás realizou uma visita técnica às cidades de Araripina e Trindade, com o objetivo de conhecer as necessidades técnicas.

O projeto foi anunciado pela governadora Raquel Lyra e pelo presidente da Copergás, Felipe Valença, no início de fevereiro. “Isso demonstra o interesse e a confiança dos empresários do setor do gesso no projeto desenvolvido pela Copergás, antes mesmo do projeto piloto entrar em funcionamento.

Queremos contribuir com a melhoria da indústria do gesso no país, oferecendo uma produção mais sustentável”, afirma o diretor-presidente da Copergás, Felipe Valença.

O diretor técnico da Companhia, Roberto Zanella, visitou as prefeituras das cidades de Trindade e Araripina, além de empresas do setor, Sindugesso e Fiepe para viabilizar a conversão do abastecimento dos fornos.

As duas prefeituras apresentaram as áreas onde podem ser construídas as usinas de regaseificação para abastecer as indústrias.

A meta da Copergás é instalar duas usinas na região. “Encontramos áreas que podem atender à nossa demanda, que serão avaliadas por engenheiros, para estudar a viabilidade de instalação das usinas.

A partir da escolha dos locais, podemos dar início ao projeto executivo e a solicitar licenças aos órgãos competentes de cada setor”, informou Roberto Zanella, diretor-técnico da Copergás.

A meta da Copergás é realizar o primeiro teste prático com uma empresa do Polo do Gesso em abril.

A empresa que fará parte do projeto piloto é a SM Gesso, em Trindade.

No escritório regional da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Roberto Zanella reuniu-se com o coordenador de operações da Fiepe em Araripina, Hélio Rocha.

A entidade disponibilizou-se a cooperar com a implementação do projeto do gás natural na região, principalmente com a formação de mão-de-obra qualificada para atender à nova demanda. “A escola do Senai na região poderá ofertar cursos que formem profissionais capacitados para lidar com a mudança da matriz energética, principalmente cursos voltados as áreas de manutenção, segurança e ambiental”, afirmou Hélio Rocha.

Sobre o projeto Para incentivar as empresas a adotarem a nova forma energética, o Governo do Estado zerou, no final do ano, o ICMS do gás que será vendido para as indústrias do gesso.

A Copergás passará a abastecer o Polo Gesseiro do Araripe, proporcionando sustentabilidade à produção.

O investimento inicial é na ordem de R$ 6 milhões e o projeto piloto tem previsão de início em abril.

As empresas dos seis municípios que compõem o Polo usam a biomassa, principalmente a lenha, matriz energética escassa e que atualmente promove o desmatamento da Caatinga.

Com a adoção do gás natural, a indústria local será mais sustentável ambientalmente, com uma combustão mais limpa.

A expectativa é que ao menos 50 empresas adaptem sua queima energética para o gás natural, representando R$ 20 milhões na economia por ano, apenas nessas empresas.

A região tem capacidade para consumir cerca de 320 mil metros cúbicos de gás natural por dia.

Isso equivale a 20% do volume distribuído hoje pela Copergás e superior a outras distribuidoras de gás natural.

O Polo Gesseiro do Araripe é responsável por 97% de todo o gesso produzido no Brasil e a gipsita (matéria-prima do gesso) encontrada nos municípios de Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi, Santa Filomena e Trindade, é considerada de alta qualidade, com a pureza do minério variando entre 88% e 98%.