O presidente do Fortaleza, em entrevistas a redes de TV nacionais, usou frases emblemáticas, nesta quinta-feira (23), em desabafo. “O problema é que normalizaram tacar pedra no ônibus do time.

Agora estão tacando bomba.

Será que vão deixar para fazer alguma coisa quando estiverem dando tiro e morrer alguém?”, disse o presidente do clube cearense, em vários canais e sites.

O blog revelou em primeira mão, nesta quinta-feira (23), documento interno sigiloso do Batalhão de Choque, revelando que a PM impediu a entrada de artefatos explosivos, da organizada do Sport, na entrada “Q” da Arena, no dia do jogo contra o Fortaleza.

Em seguida, no final da noite, a PM enviou nota ao blog dizendo ser “ilação” concluir que o mesmo explosivo, que não foi apreendido pela PM na entrada da Arena, teria sido usado horas depois contra o ônibus do Fortaleza.

A PM, na nota oficial, defendeu não poder ser responsabilizada pelo ataque ao ônibus.

No entanto, um torcedor do Sport publicou um vídeo em rede social, mostrando membros de torcida uniformizada planejando um ataque antes da partida.

Durante trânsito a caminho da Arena, os torcedores circulavam a pé entre os carros a fim de supostamente realizar atentado contra o ônibus da equipe cearense.

No vídeo, dá para ouvir claramente os membros da uniformizada gritando “É agora!

A hora é essa!” e “Cadê as bombas, p***?”.

Pois bem.

Confissão de um dos suspeitos na hora da detenção, em 20 de janeiro de 2024, informa que as bombas eram para serem jogadas na torcida do Santa Cruz - Reprodução Ao ler a nota oficial da PM, fontes do blog, sob reserva de sigilo jornalístico, fizeram novas revelações. “Para resumir, a PM já apreendeu explosivos com a torcida organizada do Sport outras vezes, inclusive explosivos industriais, os mais perigosos.

O Estado diante do problema não fez o enfrentamento com uso da inteligência policial.

As policias ficaram esperando uma tragédia ocorrer, o que quase aconteceu no ônibus do Fortaleza.

Imagina se a bomba fosse mais forte?”, pergunta a fonte, corroborando suas ilações com vários documentos oficiais.

Em um dos exemplo, o blog teve acesso ao termo de prisão de 18 torcedores da organizada do Sport em 20 de janeiro de 2024.

Há pouco mais de um mês, portanto.

Na ocasião, a PM apreendeu com a organizada quatro artefatos explosivos caseiros e mais 11 explosivos industriais. “Um dos envolvidos, P.Q.G.daS., informou que os artefatos eram de todos e que seriam utilizados contra a torcida rival em evento de futebol (jogo do Sport X Santa Cruz)”, anotou a autoridade policial no termo de detenção dos torcedores, em 20 de janeiro de 2024.

Documento oficial do Estado cita explosivos industriais - Reprodução A detenção dos 18 membros da organizada do Sport com 4 artefatos explosivos caseiros, mais 11 explosivos industriais, aconteceu no bairro de Cajueiro Seco, em Jaboatão, perto das imediações da Pernambuco Química.

O blog tem cópia integral do procedimento.

O blog também recebeu cópia de um documento sigiloso do pelotão tático do 6° Batalhão da PM sobre a apreensão. “Realizamos a condução de 18 torcedores de torcida organizada neste último sábado (20/01/2024), apreendendo com eles 4 artefatos explosivos artesanais o qual seriam utilizados contra torcidas rivais ou em confronto com a PM, além de 11 explosivos industriais, uma certa quantidade de drogas, uma quantia em dinheiro em espécie e um veículo o qual constam em boletins de ocorrências”, informa o documento interno sigiloso da PM, sobre a ocorrência.

Perguntada sobre o que seriam esses “explosivos industriais”, a fonte do blog se limitou a dizer “não foi feita ainda perícia”.

O blog obteve o nome completo e a ficha corrida policial dos 18 torcedores, mas não irá revelar os nomes para não atrapalhar as investigações.

Uma curiosidade: algum dos 18 presos com os 11 explosivos industriais, em 20 de janeiro de 2024, também foi apontado, nesta sexta-feira (23) em coletiva da Polícia Civil, como suposto responsável pelo atentado ao ônibus do Fortaleza?

De acordo com essas fontes, apesar da confissão de um dos suspeitos na hora da detenção, em 20 de janeiro de 2024, de que as bombas eram para serem jogadas na torcida do Santa Cruz, as polícias pernambucanas supostamente não desenvolveram novas investigações gerais sobre o uso de explosivos por torcidas organizadas no Estado de Pernambuco, sempre segundo a fonte na SDS. “Ficaram esperando uma tragédia”, critica a fonte, sob reserva de sigilo jornalístico.

Fica aberto o espaço, ao Governo do Estado, caso queiram acrescentar informações à matéria, especialmente se havia ou não alguma investigação já aberta antes do caso do Fortaleza, em caráter geral, sobre uso de explosivos pelas torcidas organizadas no Estado.

Leia Também EXCLUSIVO: organizada do Fortaleza estava trazendo explosivos para Pernambuco.

VEJA FOTOS Exclusivo: Polícia Civil diz que mais de 100 membros de organizada do Sport estavam de ’tocaia’ para jogar bomba em ônibus do Fortaleza Exclusivo: PM sabia de explosivos antes de Sport x Fortaleza, mas não apreendeu artefatos Vários torcedores da organizada do Sport já haviam sido presos com explosivos no começo de janeiro - Reprodução