Mais cedo o Blog de Jamildo revelou documento interno sigiloso do Batalhão de Choque, pelo qual supostamente a PM já sabia que a organizada do Sport portava explosivos antes da partida acontecer.
Os explosivos não foram apreendidos na entrada do jogo, na Arena.
Horas depois explosivos foram jogados no ônibus do time do Fortaleza.
Agora, esta coluna teve acesso exclusivo ao documento que abriu a investigação na Polícia Civil, obtido com fonte sob sigilo jornalístico.
O documento sigiloso está assinado pelo delegado responsável pelas apurações.
No documento, o delegado da Polícia Civil revela que mais de 100 membros da organizada do Sport estavam de “tocaia” para jogar a suposta bomba no ônibus, e que o veículo estava acompanhado apenas de batedores do Batalhão de Trânsito.
Ainda, que esses PMs nada puderam fazer ao serem cercados pelos mais de 100 supostos criminosos. “O ônibus que transportava a equipe do Fortaleza Esporte Clube contava com batedores do BPTRAN-PE, mas mesmo assim o referido ônibus foi atacado por mais de uma centena de torcedores do Sport Club do Recife, que provavelmente já estavam aguardando a passagem do time adversário, para arremessarem pedras e bombas”, informou o delegado da Polícia Civil, no documento oficial.
Em documento obtido pelo blog, delegado da Polícia Civil diz que, diante da “tocaia”, batedores do Batalhão de Trânsito nada puderam fazer ao serem cercados pelos mais de 100 criminosos - Reprodução PMPE sabia dos explosivos Conforme o blog de Jamildo mostrou mais cedo, um documento sigiloso do Batalhão de Choque detalhou que a PMPE já havia identificado que a organizada do Sport portava explosivos, e que não apreendeu os artefatos.
Segundo o documento, a PMPE se limitou a impedir que os explosivos entrassem na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, e teve que fazer disparos de arma de fogo para impedir a torcida de entrar no estádio com as bombas. “Durante o jogo Sport x Fortaleza realizado na Arena Pernambuco no dia 21/02/2024, o efetivo que estava empregado na entrada Q o qual era composta por 4 policiais , se deparou com uma tentativa de invasão e briga entre a torcida organizada do Sport e torcedores do Fortaleza, a torcida organizada do Sport estava em bem maior número e com o uso de artefatos explosivos”, afirma o documento, obtido pelo blog sob reserva de fonte.
No entanto, ainda de acordo com o documento, não houve apreensão dos artefatos explosivos na hora dos quatro disparos.
Todo o incidente ocorreu na entrada “Q” do estádio.
Raquel Lyra promete punição A governadora Raquel Lyra (PSDB) se pronunciou por meio das redes sociais, sem apontar as falhas da segurança. “O futebol é uma paixão nacional e deve sempre unir as pessoas, jamais ser palco para atos violentos.
O episódio com o time do Fortaleza é lamentável e será apurado com todo vigor.
Como torcedora e pernambucana, fico triste e envergonhada”, escreveu a governadora no X (antigo Twitter). “Como governadora, garanto que trabalharemos para buscar e punir os culpados.
As pessoas responsáveis por esse ato não são torcedores, são criminosos.
Futebol e violência não devem se misturar jamais”, completou.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que a ocorrência foi registrada na delegacia de Prazeres, e que “os autores se evadiram após a ação”.
As investigações seguem com a Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva.