O Instituto Fogo Cruzado mostra que 2024 começou batendo outro recorde na violência armada, depois de um 2023 com recorde de participação policial nos tiroteios do Grande Recife.

Com 180 tiroteios/disparos de arma de fogo registrados no mês, janeiro teve o começo de ano mais violento desde 2019.

A entidade disse que, considerando toda série histórica do Instituto Fogo Cruzado, nunca havia acontecido tantos tiroteios no primeiro mês do ano.

Em comparação com janeiro de 2023, nesse ano houve aumento de 22% nos registros. “Como primeiro ano de um novo governo em Pernambuco, 2023 foi um ano marcado pelo desafio de conter a violência armada.

Apesar de um plano de segurança ter sido anunciado, pouco sabemos das estratégias efetivas para o alcance da meta definida para redução das taxas de violência.

O resultado ao terminar o ano passado foi que nunca houve tantos tiroteios provocados por ações e operações policiais", disse Ana Maria Franca, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco. “Agora, neste segundo ano, temos mais um recorde ainda em janeiro.

Nunca tivemos um começo de ano tão violento para os moradores da região metropolitana do Recife. É preciso rever o modelo de segurança pública para que de fato as estratégias de redução da letalidade, inclusive a letalidade policial, sejam eficazes”.

Tiroteios considerando toda série histórica no mês de janeiro Em janeiro de 2024: 180 tiroteios Em janeiro de 2023: 147 tiroteios Em janeiro de 2022: 158 tiroteios Em janeiro de 2021: 133 tiroteios Em janeiro de 2020: 141 tiroteios Em janeiro de 2019: 118 tiroteios De acordo com a entidade, dos 180 tiroteios mapeados, houve vítimas em 98% deles. “Janeiro também foi o mais violento em relação ao número de baleados de toda série histórica.

Foram 204 baleados: 147 morreram e 57 ficaram feridos.

Um aumento de 27% no número de mortos e de 43% na quantidade de feridos em comparação com janeiro de 2023”.

Em comparação com o mês de dezembro, que acumulou 156 tiroteios, deixando 167 baleados (sendo 132 mortos e 35 feridos), janeiro apresentou ligeiro aumento de 15% nos tiroteios, aumento de 11% entre os mortos e aumento de 63% entre os feridos.

Entre as datas mais impactadas pela violência armada ao longo de janeiro, o dia 4 concentrou o maior número de tiroteios, com 13 registros.

O dia 22, com 10 vítimas, teve o maior número de mortos.

E o dia 28, com sete atingidos, concentrou o maior número de feridos.

Baleados considerando toda série histórica no mês de janeiro Em janeiro de 2024: 204 baleados — 147 mortos e 57 feridos Em janeiro de 2023: 156 baleados — 116 mortos e 40 feridos Em janeiro de 2022: 177 baleados — 115 mortos e 62 feridos Em janeiro de 2021: 141 baleados — 87 mortos e 54 feridos Em janeiro de 2020: 135 baleados — 92 mortos e 43 feridos Em janeiro de 2019: 138 baleados — 91 mortos e 47 feridos Janeiro deste ano também foi o mais letal da série histórica, com 147 mortos, e o segundo mês de janeiro com mais feridos, com 57 atingidos.

O mapa da violência armada nos municípios e bairros Entre os municípios mapeados pelo Instituto Fogo Cruzado, os mais afetados pela violência armada em janeiro foram: Recife: 73 tiroteios, 53 mortos e 28 feridos Jaboatão dos Guararapes: 38 tiroteios, 35 mortos e 5 feridos Olinda: 24 tiroteios, 20 mortos e 5 feridos Cabo de Santo Agostinho: 13 tiroteios, 10 mortos e 7 feridos Paulista: 12 tiroteios, 9 mortos e 8 feridos Entre os bairros, os mais afetados pela violência armada Piedade (Jaboatão dos Guararapes): 5 tiroteios, 5 mortos e 1 ferido Cajueiro Seco (Jaboatão dos Guararapes): 5 tiroteios, 3 mortos e 2 feridos Águas Compridas (Olinda): 5 tiroteios e 5 mortos Afogados (Recife): 5 tiroteios, 3 mortos e 1 ferido