A obra Construção da Maldade, livro escrito pelo engenheiro carioca Roberto Motta, um dos fundadores do Partido Novo, no Rio de Janeiro, ao lado de João Amoedo, explora a natureza do mal e sua manifestação na sociedade moderna, prometendo soluções definitivas para o Brasil.
O autor argumenta que a maldade não é inerente ao ser humano, mas é construída através de diversas circunstâncias e influências sociais, em especial a academia e partidos políticos de esquerda.
Na obra, o ex-secretário de segurança do Rio de Janeiro diz que existe solução para a criminalidade no Brasil e seria o encarceramento em massa, palavra que ele diz odiar, porque é um eufemismo e o correto seria prisão mesmo.
Em diversos trechos, o escritor emula o presidente reeleito de El Salvador, Nayib Bukele, 42, para quem os países não resolvem problemas relacionados à criminalidade por falta de vontade política.
Reeleito com mais de 80% dos votos válidos, e considerado referência para setores da direita na América Latina, Bukele ganhou popularidade após implementar políticas linha-dura de combate à criminalidade em El Salvador.
Por anos, a insegurança foi a maior fonte de preocupação dos salvadorenhos —o país figurava entre os mais perigosos do mundo.
O livro aborda temas como a violência, a corrupção, a crueldade e as atrocidades que vemos em nosso dia a dia.
Motta diz que esses comportamentos são resultado de condições sociais, econômicas e psicológicas específicas.
O autor destaca o papel da sociedade e das instituições na construção da maldade, argumentando que são elas que fornecem as ferramentas e os meios para que indivíduos mal-intencionados possam agir.
Ele discute como a desigualdade, a falta de educação e a impunidade podem contribuir para a propagação do mal.
Motta analisa o impacto da mídia e da cultura popular na construção da maldade, afirmando que certos comportamentos e valores são glamorizados e normalizados.
Ele ressalta a importância de uma reflexão crítica em relação a essas influências e a necessidade de educar e conscientizar a sociedade sobre os efeitos danosos da disseminação da maldade.
Ao longo de sua obra, Roberto Motta oferece uma análise provocativa sobre a origem e a propagação da maldade em nossa sociedade contemporânea.
Ele busca lançar luz sobre uma questão complexa e urgente, incentivando o leitor a refletir sobre suas próprias ações e responsabilidades na construção de um mundo sem violência - com bandidos na cadeia, incrédulo na ressocialização. É mais ou menos o que fez Eduardo Campos, sem alarde, no começo do Pacto pela Vida, ao ampliar enormemente as prisões em Pernambuco, depois de chamar para um acordo a Justiça Estadual no mesmo pacto.
Como é o “milagre salvadorenho” Sob o governo de Bukele, atualmente, nove em cada dez habitantes dizem se sentir seguros na nação centro-americana.
Para chegar a esses números, o líder eliminou praticamente todos os contrapesos da jovem democracia local e lançou uma enorme operação de encarceramento em massa.
No pacote do “milagre salvadorenho”, como as políticas de Bukele vêm sendo chamadas, vigora um estado de exceção renovado todos os meses há quase dois anos.
O instrumento, aplicado pela Assembleia governista após uma onda de violência que fez 87 vítimas em um único fim de semana de março de 2022, suspende o direito de associação e reunião, cessa a inviolabilidade das comunicações e priva os cidadãos do direito de serem imediatamente informados sobre o motivo de eventuais detenções que sofram.
Hoje, o país tem mais de 100 mil presos —em grande parte inocentes, segundo organizações de direitos humanos— em um universo de 6 milhões de habitantes.
O modelo salvadorenho vem sendo exaltado pela direita brasileira.
Nesta terça-eira, a Folha de São Paulo registra que o MBL (Movimento Brasil Livre) fará um documento defendendo a implantação no Brasil de políticas contra o crime adotadas pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele.
O movimento mandou três integrantes para acompanhar a reeleição de Bukele como presidente do país centro-americano, neste domingo (4).
O jornal diz que o MBL pretende mencionar o combate à insegurança como bandeira principal de campanhas de integrantes do grupo na eleição municipal deste ano.