O presidente Lula pode usar a eleição de São Paulo para amarrar a eleição no Recife, com as eventuais mudanças que planeja realizar no ministério, conforme especulações nacionais.
Como se sabe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta convencer a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) a desistir de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo para apoiar o candidato Guilherme Boulos (PSOL).
Lula deve oferecer a Tabata um ministério, que poderia ser o de Ciência e Tecnologia.
A área é de interesse e atuação parlamentar de Tabata.
Apesar dessa informação, o presidente Lula relatou nesta terça-feira (30), em entrevista para o jornalista Elielson Lima, da CBN Pernambuco, que não cogita dar um ministério para Tabata com o objetivo de retirá-la da disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Luiz Inácio indicou que seu candidato é Guilherme Boulos, mas que caso um dos aliados vá para segundo turno com outro político apoiará sem demais questões.
Lula afirmou que nunca tentaria silenciar uma política inteligente e capaz de se candidatar.
A indicação também pode ser interpretada como um afago a João Campos, não apenas por dar destaque a Tabata Amaral, mas também por abrir espaço para o PSB na máquina federal, depois de o partido ter perdido espaço no Ministério da Justiça, com a saída de Flávio Dino.
Não somente.
Foi no então minúsculo e desprestigiado Ministério da Ciência e Tecnologia que Eduardo Campos se reinventou politicamente, depois de ter sido alvo de uma campanha de desconstrução dos adversários Jarbas/Mendonça.
Olinda unindo o Recife Nos meios políticos locais, existe a avaliação de que a movimentação de Lula e o PT de São Paulo ocorre de forma sincronizada. “Faz parte da saída de Tabata da disputa (em São Paulo) dar o miniterio de Luciana Santos para o PSB.
Aí Luciana vem concorrer em Olinda”, afirma uma raposa felpuda da política local.
Curiosamente, quando o nome dela foi lançado, a avaliação por aqui é que isto iria arruinar a relação de João Campos com Lula.
Neste cenário, não surpreenderia caso o PSB saia de cena para dar apoio a Luciana Santos na disputa.
O PSB havia colocado o nome da deputada Gleide Ângelo na roda, mas ela não bateu o martelo ainda, está andando pela cidade, aguardando uma definição.
A governadora Raquel Lyra já deu sinais de que vai apoiar Antônio Campos, pelo campo conservador.
O prefeito Lupércio lançou a secretária Mirella como sua candidata em 2024.
Em São Paulo, Lula já usou a mesma estratégia em 2022, quando pediu a Boulos e Márcio França (PSB) que abandonassem suas pré-candidaturas para o governo de São Paulo para apoiar Fernando Haddad (PT).
A saída de Tabata da disputa municipal poderia facilitar a tentativa de Lula de transformar a disputa em um duelo entre ele e Jair Bolsonaro (PL).
A aliança com Tabata também ampliaria o arco partidário de Boulos.
No grupo político da deputada e também no PSB, a avaliação é de que a pré-candidatura será levada a cabo.
Mas em política nada é definitivo.
Tabata lançou sua pré-candidatura com a presença do ministro Márcio França, do apresentador José Luiz Datena e do vice-presidente Geraldo Alckmin.