O líder do PSB na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Sileno Guedes (PSB), expressou preocupação, nesta quarta-feira (24), com a informação de que indicações políticas podem ter influenciado na troca do comando das polícias Civil e Militar.

O parlamentar disse que a segurança pública não pode estar sujeita a interferências. “O que falta é maior envolvimento da governadora Raquel Lyra (PSDB) na definição de metas e na cobrança por resultados para a área”, avaliou.

Leia Também Associação de delegados comenta queda do comando das polícias Queda do comando da PM já era esperada desde o final do ano passado “Em entrevista recente, um deputado aliado da governadora (referência ao deputado federal Meira) atribuiu a ele a coragem de pedir que o comando da Polícia Militar e a chefia da Polícia Civil fossem substituídos, e a mudança nesses postos, de fato, ocorreu.

Isso abre um precedente perigoso.

Se uma troca dessa envergadura ocorreu nos mais altos cargos dessas corporações após o pedido de um deputado, significa dizer que, de agora em diante, as chefias de batalhões e de delegacias serão indicadas por políticos locais?”, questiona Sileno. “A redução dos números da criminalidade em Pernambuco não é uma questão de currículos, mas de ações concretas.

Nós temos bons policiais em todas as operativas.

Não conhecemos nada que desabone as chefias que saíram e as que estão entrando.

O que falta é a governadora se envolver no processo, definir metas, cobrar resultados e estar atenta aos problemas reais, como a demora para licitar as câmeras de monitoramento.

Os pernambucanos e pernambucanas vão passar o Carnaval sem 358 câmeras à disposição da segurança pública por falha deste governo”, afirmou o deputado.

Retrospecto das mudanças “Lançado pelo Governo Raquel Lyra em novembro, após Pernambuco passar quase um ano sem uma política para o setor, o Juntos pela Segurança vem acumulando resultados negativos.

Em 2023, houve aumento de 5,98% no número de mortes violentas na comparação com o ano anterior.

A atual gestão tem o objetivo de reduzir o quantitativo de crimes dessa modalidade em 30% até 2026, mas não apresentou metas periódicas para aferição dos números, o que afeta a transparência em relação aos dados, dificulta o acompanhamento pela sociedade e desestimula as polícias na busca por resultados”, completou. “Em agosto, apenas oito meses após o início do governo, a cúpula da segurança enfrentou sua primeira baixa, com a saída da secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha, substituída pelo delegado federal Alessandro Carvalho”.

Na segunda-feira (22), o governo exonerou a delegada Simone Aguiar da chefia da Polícia Civil e o coronel Tibério César do comando-geral da Polícia Militar.

Seus postos foram assumidos, respectivamente, pelo delegado Renato Leite e pelo coronel Ivanildo Torres.