A partir de terça-feira (28), os tucanos devem se reunir em Brasília para acertar os postos da executiva.

A preocupação é que os estados mais importantes na hierarquia tucana, como São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, estejam contemplados.

A convenção está marcada para quarta-feira (29), com votação pela internet, e quinta-feira (30), com votação presencial em Brasília.

Na nova fase do PSDB, sob influência crescente de Aécio Neves, conta-se que os tucanos cobram contundência do partido na crítica ao petista Lula, algo que Eduardo Leite não tinha condições de fazer na posição de governador de Estado, dependente de verbas federais e obrigado a manter boa relação com o Planalto. “O PSDB indo pra oposição à Lula deve acelerar a saída da governadora Raquel Lyra do ninho tucano, que deve ir para a base do Governo Lula.

Caso ocorra, a movimnentação deve provocar efeitos na sucessão do prefeito João Campos.

Isto tira João Campos da zona de conforto”, avaliou uma raposa felpuda do próprio PSB em Pernambuco.

Aécio Neves, agora absolvido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região da acusação de corrupção no caso JBS, quer se dedicar à atuação política em Minas Gerais –a ideia é que ele concorra ao governo do estado em 2026.

Em nota, Aécio afirma que a liderança de Leite é inconteste e que ele “é a nossa grande figura e a nossa grande aposta para 2026”.

O deputado define a escolha da nova executiva como harmoniosa, convergente e democrática e reforça o papel de oposição do PSDB ao governo Lula (PT).

Leite também enfrenta oposição da ala do PSDB paulista ligada aos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB).

Uma vez no comando da sigla, o gaúcho interveio para destituir o comando tucano no estado e na capital e, ao menos provisoriamente, seus aliados Paulo Serra, prefeito de Santo André, e Orlando Faria, ex-secretário municipal, passaram a exercer o domínio local.

Por isso, Fernando Alfredo, presidente afastado do PSDB paulistano, disse preferir que o partido lance Aécio para o Planalto em 2026 no lugar do gaúcho.

As disputas são para definir secretário-geral, tesoureiro e vice-presidente da sigla.

Hoje a secretaria é ocupada por um aliado de Aécio, o deputado federal Paulo Abi-Ackel (MG), e a tesouraria por um aliado de Leite, Paulo Serra.

Além dos dois, outros nomes cotados para esses postos são Rodrigo Garcia e Reinaldo Azambuja (MS).

Apesar de certos entraves, políticos do partido demonstram otimismo e afirmam que a convenção deste ano tende a ser mais tranquila do que edições passadas.

Em 2019, Bruno Araújo foi eleito com o apoio de Doria em meio a uma disputa com aecistas por vagas na executiva –as desavenças em torno do ex-governador só se ampliaram desde então, até que ele deixou o PSDB em outubro de 2022.