Sem alarde, foi publicada no Diário Oficial a lei municipal que autorizou o prefeito João Campos (PSB) trocar terrenos públicos no Pina pelo terreno da Igreja Católica na Tamarineira.

João Campos pretende criar, no terreno da Igreja, mais um parque público no Recife: o Parque Público da Tamarineira, na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, 2.130.

A Igreja, através da Santa Casa de Misericórdia, vai receber seis imóveis na quadra II do Loteamento Parque Aeroclube, localizados na Rua Gago Coutinho, no bairro do Pina.

Os seis terrenos que a Igreja vai receber no Pina estão avaliados, no total, em R$ 35.193.963,00 (trinta e cinco milhões cento e noventa e três mil e novecentos e sessenta e três reais).

Leia Também João Campos precisou esperar benção do Vaticano para tocar Parque da Tamarineira Eventuais despesas relativas à escritura pública, impostos, inclusive de transmissão, taxas de limpeza pública TRSD e registro ficarão a expensas do Município do Recife.

A lei foi assinada por João Campos em 10 de novembro.

Parque da Tamarineira O xabu do Parque da Tamarineira se deu no começo de 2022, quando já se contava 12 anos que a cidade do Recife esperava pela construção do parque – um projeto que mobilizou a cidade em 2010, quando foi anunciada a possível construção de um shopping center no local.

Naquele ano, os projetos de lei municipais 02 e 03 não contemplaram a viabilização do parque.

Pelo projeto original, a Santa Casa iria doar todo o terreno à Prefeitura do Recife (PCR) e receberia em troca o direito de exportar o potencial construtivo, que é chamado de TDC (Transferência do Direito de Construir). “Nesses projetos de lei (os vereadores) não ressalvaram esse direito e inviabilizaram o parque.

Resolveram dificultar o uso da TDC”, explicou então uma fonte do blog. “(Santa Casa) Desistiram da doação por conta dos entraves criados pela legislação”.

O projeto inicial do empreendimento previa a construção de 170 lojas no local, cujo empreendimento iria sustentar o parque.

Assim, como se viu, o que aconteceu foi que as mudanças na legislação construtiva acabaram por deixar a Santa Casa com um grande mico na mão.

Ela tinha um terreno gigante na mão, em uma área supervalorizada, do qual não podia se desvencilhar e fazer dinheiro.

Foi por isto que o ex-arcebispo de Olinda e Recife, Fernando Saburido, mandou um ofício desistindo do negócio, assinado inicialmente ainda na gestão João da Costa, mas que passou pela gestão Geraldo Julio e veio desembocar nas mãos do jovem gestor do PSB.

Como havia a previsão de que 70% das árvores não podiam ser derrubadas, o chamado potencial construtivo do terreno foi para o espaço.

Eram 105 mil metros quadrados inviáveis para a venda, nem com reza forte.

A Câmara dos Vereadores do Recife aprovou, no dia 31 de outubro, o projeto de lei do prefeito João Campos (PSB) que firma a permuta de áreas com a Santa Casa, da Igreja Católica, de modo a viabilizar o esperado Parque da Tamarineira, depois de mais de uma década de idas e vindas.