A deflagração da Operação “Brucia la Terra” (significa literalmente “A Terra está queimando”), pela Polícia Civil do Estado de Pernambuco, na manhã desta quarta-feira (1º), teve entre uma das principais ações a prisão do empresário Sebastião Figueiroa de Siqueira, realizada após três anos do início das ações dos órgãos de fiscalização federais e estaduais contra seu grupo empresarial.
Confirmada extraoficialmente por fontes que presenciaram o ato, a prisão ocorreu num edifício nas Graças, no Recife, e relaciona-se diretamente com investigações no Detran na gestão Paulo Câmara (2016 a 2020).
No entanto, de acordo com informações de bastidores, a prisão do empresário pode ter a condição de refletir em diversas outras investigações ainda inconclusas com condão de abalar a política pernambucana.
Sua ex-esposa, Sandra Mendonça, sócia da Gráfica A Única, seu irmão, José Roberto Figueiroa e Siqueira, e seus filhos, Suellen Figueiroa de Melo e Davidson Mendonça Figueiroa, também foram presos.
De acordo com especialistas no caso, a decisão judicial que determinou a prisão preventiva de Figueiroa e membros da sua família pode ser considerada uma virada de chave do trabalho dos órgãos de fiscalização no combate à corrupção em Pernambuco porque várias tentativas já haviam sido feitas, sobretudo por parte do Ministério Público Federal, mas as decisões judiciais não atendiam à solicitação das acusações e negavam a prisão do empresário.
Seu grupo empresarial envolve mais de dez sócios, entre eles sua ex-esposa, irmãos, filhos e laranjas e atua em negócios como gráficas (atividade principal), aluguel de carros, construção de obras públicas, distribuição de medicamentos, restaurantes fast food e academias de ginástica no Recife.
Antes conhecido apenas nas rodas políticas, o nome de Figueiroa passou a aparecer na mídia em 2020, em meio às investigações da Polícia Federal em torno de dispensas de licitação da Prefeitura do Recife na gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB).
A gráfica AJS, do seu grupo, foi alvo da Operação Casa de Papel, e outra empresa, a Saúde Brasil, registrada em nome do seu genro, Gustavo Sales Afonso, foi alvo da Operação Antídoto por conta de mais de R$ 81 milhões contratados pela Prefeitura do Recife sem licitação na pandemia.
Foram realizadas compras de milhões de itens como luvas, seringas, cânulas de traqueostomia e outros insumos.
A empresa só possuía três funcionários e capital social de R$ 100 mil.
Os inquéritos seguem em aberto.
A partir dessas investigações, também foram realizadas as operações Coffee Break, Articulata, Contrassenso, Payback.
Sebastião Figueiroa também foi alvo da Operação Literatus.
Entre as operações federais que seguem investigando Figueiroa, podem ser lembradas a que envolveu contratações da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Operação Coffee Break) e a que investigou o ex-secretário do Gabinete de Projetos Estratégicos Renato Xavier Thiebaut, acusado de morar num apartamento do empresário e ter seus imóveis em Ipojuca e Gravatá reformados a partir do patrocínio de Figueiroa. “No âmbito da pandemia na capital pernambucana, das oito operações realizadas pela Polícia Federal em torno da Prefeitura do Recife, quatro tiveram empresas do grupo de Figueiroa como alvo”, lembra o especialista.
Sede do Detran em Pernambuco - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM PS: Em italiano, “Brucia la Terra” significa “A Terra está queimando”. É uma frase comumente usada para expressar preocupação com a mudança climática e seus efeitos devastadores no planeta.
A frase pode ser usada em um contexto literal, para descrever incêndios florestais ou outros desastres naturais.
Também pode ser usada em um contexto figurado, para descrever o impacto da mudança climática na vida na Terra.
Originalmente, a frase “Brucia la Terra” é um alerta para a necessidade de ação para combater a mudança climática. É uma mensagem poderosa que lembra as pessoas que o planeta está em perigo.