Depois de colocar outdoors em Boa Viagem defendendo uma guarda municipal armada, na capital pernambucana, o vereador Paulo Muniz, do Solidariedade, partiu para cima do secretário Murilo Cavalcanti, responsável pelo Compaz e a pasta de segurança cidadã, chamando-o de covarde e incompetente, por não adotar a medida.

A movimentação pode estar ligada às eleições de 2024, quando os vereadores precisam renovar seus mandatos.

Ou mesmo às articulações partidárias, uma vez que o prefeito João Campos ainda não fechou o arco de alianças, gerando atritos entre os aliados,a briga por espaço.

Murilo disse que não iria comentar. “Respeito muito a Câmara Municipal do Recife, mas acho que não devo dar importância a um vereador medíocre como ele”, afirmou, ao Blog de Jamildo.

Na semana passada, o secretário de Segurança Cidadão do Recife, Murilo Cavalcanti, afirmou ao JC que essa possibilidade de armar a guarda não está em estudo no Recife.

Foi essa fala que fez o vereador pegar ar. “Não há evidência de que armar a Guarda Municipal irá diminuir a violência.

O Brasil vive um momento muito difícil, com explosão da violência em todos os grandes centros urbanos.

Salvador (BA) é um exemplo.

Mas armar a Guarda não é a pauta do momento”, declarou.

Paulo Muniz é formado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, com MBA em Marketing Digital em andamento pela Faculdade Getúlio Vargas.

No setor público, Paulo Muniz atuou como Secretário Executivo do Trabalho e Qualificação de Pernambuco, no Programa Novos Talentos, responsável por criar mais de 20.000 vagas para cursos profissionalizantes.

Trabalhou ainda no Ministério das Cidades, onde acompanhou os projetos habitacionais do Minha Casa Minha Vida e do Cartão Reforma no estado. “O STF já decidiu que a guarda pode ser armada.

Não vejo problemas se há treinamento e capacitação.

Há muitos municípios onde é armada.

São treinados e geralmente comandados por um Coronel da PM como em Gravata e Santa Cruz do Capibaribe.

Claro.

Fazem cursos na Polícia Federal.

Estar nas ruas desarmada é quase próximo de zero em termos de eficácia de atuação.

Eles devem defender o patrimônio público municipal, mas há situações em que essa defesa implica na prestação da segurança à população.

A questão da visibilidade pela população é muito importante”, afirma uma fonte jurídica do blog.

Mais cedo, o blog de Jamildo revelou que alguns órgãos da Prefeitura do Recife estão contratando vigilância armada privada, ao mesmo tempo em que o prefeito João Campos (PSB) nega armar a guarda municipal do Recife.

A categoria reclama que João Campos é o único prefeito de capital do Nordeste que nega armar sua guarda municipal.

O Blog teve acesso a documentos da URB Recife, estatal da Prefeitura do Recife, que está buscando a contratação de vigilância armada privada.

A denúncia partiu de guardas municipais bolsonaristas, sob reserva de sigilo jornalístico.

A função constitucional da guarda municipal é fazer a vigilância patrimonial de órgãos da Prefeitura, inclusive prédios públicos.

A URB Recife enviou ofício para a Secretaria de Administração do Estado para aderir a uma ata de registro de preços do órgão sobre vigilância armada.

Em ao menos 20 capitais do país, as guardas municipais contam com armas como forma de garantir a segurança dos profissionais e contribuir com o combate à violência – principalmente os assaltos.

A questão que se coloca é: os quase 20 mil homens da PM estão armados e nem por isto a violência diminui.

Muito pelo contrário.