O sindicalista José Barbosa, compesiano e conselheiro da CompesaPrev, dirigente do Sindicato dos Urbanitários de PE, entidade que representa os trabalhadores da Compesa, disse ao blog de Jamildo que a estatal usou dinheiro de investimentos para financiar o recente programa de demissões voluntárias (PDV). “A maior besteira que o governo Raquel Lyra fez foi suspender a obra da Adutora do Agreste.

Se não tivesse feito isto, poderia estar sendo retomada agora (com mais velocidade).

O dinheiro dos 230 demitidos veio destes investimentos (que foram suspensos)”, afirma. “O governo, ou setores do governo, espalharam para a imprensa que a Compesa esta tão quebrada que precisaram injetar dinheiro para pagar pessoal. É mentira.

Se fosse o caso, seria irregular, uma vez que pelo seu estatuto, de empresa celetista, a lei das estatais, o TCE proibem esse tipo de operação.

Os técnicos da casa nos informaram que, nos PDvs anteriores, eles pegavam financiamentos.

Como agora tinham dinheiro sobrando, usaram o caixa (dos investmentos suspensos).

A Adutora do Agreste passou ao menos sete meses parada”, explica.

De acordo com o sindicato, a Compesa abriu um PDV com 400 servidores elegíveis em todo o Estado e 180 aceitaram a demissão incentivada.

Com a palavra, a Compesa, caso veja necessidade de esclarecimentos.

Leia Também ‘Privatização da Compesa é inviável’, diz ao blog de Jamildo presidente da estatal Risco de privatização dar em nada O sindicalista disse ainda que o governo do Estado está buscando copiar o Estado de Alagoas na privatização de parte dos serviços, mas que a iniciativa vai ser um tiro no pé. “Em Alagoas, a BRK, que assumiu a estatal de águas, recebe águas do São Fransisco, bem próximo, e mesmo assim não cobre as despesas, e o governo de Alagoas injeta dinheiro.

Aqui em Pernambuco, até a topografia não ajuda, com platos elevados.

Não vai funcionar.

Vai ser um tiro no pé.

Hoje o maior insumo da Compesa é o custo de energia (para captar longe a água e distribuir).

Como vai ter conta barata?

A gente ja tinha dito que a BRK não ia funcionar no saneamento e está ai.

Deram 12 anos, depois renovaram por mais 12 e não tem universalização” “Hoje temos duas Compesas distintas.

Uma com 2,9 mil empregados e outra (BRK) com 5 mil terceirizados, mas eles não olham o conjunto, se tem uma ligação clandestina ou coisa semelhante, só fazem a obra que foram contratados para fazer”, compara.