Após a confirmação da chegada de um terminal de cargas privado no Porto de Suape, representantes dos trabalhadores portuários foram a Brasília conversar com o ministro dos Portos e Aeroportos Sílvio Costa Filho.

Em pauta, a “busca pelo diálogo” sobre como será a contratação de mão de obra para o novo terminal, operado pela empresa dinamarquesa Maersk.

Os trabalhadores sabem que o terminal privado não é obrigado a seguir as regras de um terminal público, como o Tecon Suape.

Defesa dos trabalhadores “A principal preocupação é no tocante a perda severa de postos de trabalho na região de Suape.

O risco existe, uma vez que se tata de um terminal privado.

Todavia, se observada a legislação portuária, a Convenção 137 e Recomendação 145 da Organização Intencional do Trabalho – OIT e o Dissídio de Natureza Jurídica julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho – TST, haverá espaço para o diálogo social de forma que a contratação da mão de obra dos trabalhadores portuários seja dentre os Registrados no Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO)”, diz o sindicato dos estivadores.

Abertura de diálogo Para Josias Santiago, presidente do Sindicato dos Estivadores de Pernambuco (SINDESTIVA/PE), a audiência com o ministro Sílvio Costa Filho foi de fundamental importância para que o governo abra o diálogo e ouça os trabalhadores. “Precisamos ser ouvidos e mostramos ao ministro o outro lado da moeda.

O terminal da Maesrk vai operar sem as obrigações do porto organizado, o que lhe permite ampla vantagem comercial diante de quem opera hoje.

Com isso, vamos ficar sem cargas de um lado e sem empregos do outro”, afirma Josias Santiago.

Leia Também Danilo Cabral confirma construção do trecho da Transnordestina que liga Suape a Salgueiro Trabalhadores portuários apreensivos com chegada de terminal privado em Suape Tecon Suape rebate críticas da APM Terminals sobre preço de tarifas e cobra concorrência leal a Suape e Sílvio Costa Filho Risco de perda de empregos Segundo Josias Santiago, a maior preocupação é a defesa dos empregos de quem trabalha no setor. “Estamos em Suape desde a sua implantação.

Trabalho duro sob sol e chuva, muitas vezes sem uma estrutura adequada, no sentido de alavancar este importante equipamento que hoje é uma referência e motivo de muito orgulho para os pernambucanos.

Não seria justo deixar os trabalhadores de fora e colocar em risco milhares de empregos na região”.

Posicionamento do ministro O Ministério solicitou mais informações sobre os possíveis impactos na categoria com a instalação do terminal da APM, o que já está sendo preparado de forma detalhada pelos sindicatos.

Sílvio Costa Filho se comprometeu em realizar uma nova agenda conjunta com a categoria para debater mais a fundo o tema.

Afirmamos claramente ao ministro que não somos contra os investimentos privados e o desenvolvimento do Porto de Suape, mas queremos e temos o direito de fazer parte dessa equação.

O ministro foi muito solícito e finalizou o encontro afirmando que o governo federal vai criar, no âmbito dos Portos, o Fórum Permanente dos Trabalhadores”, resume Santiago.

Eles foram recebidos em Brasília pelo ministro Sílvio Costa Filho e a Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Mariana Pescatori Veja mais conteúdo: