Em uma entrevista à Rádio Jornal de Caruaru, em setembro, depois reafirmada ao Blog de Jamildo, nesta segunda, José Barbosa, compesiano e conselheiro da CompesaPrev, dirigente do Sindicato dos Urbanitários de PE, entidade que representa os trabalhadores da Compesa, disse estar convicto que alguma interferência política ocorreu na estatal para que uma operação policial para combate ao furto de água, na capital do Agreste, fosse suspensa.
A Compesa rebateu. “A Compesa chegou a pagar um buffet em um hotel da cidade para dar suporte aos policiais que iriam realizar a ação, mas ninguém apareceu.
A Defesa Social suspendeu a ação, alegando que não havia segurança para a operação.
Quem apertou o botão eu não sei, mas é mais do que óbvio que a ação veio do governo”, afirma o sindicalista. “Após a suspensão da primeira operação, por uma ordem oculta, como pegou mal, fizeram uma operação logo depois, no dia 25 de setembro, onde só prenderam bomba e maquinário.
Ela só foi feita depois de nossa denúncia.
A gente denunciou numa sexta, dia 22 de setembro.
Eles retomaram no dia 25 de setembro.”, compara.
O presidente da Compesa, Alex Campos, refuta a ilação rebatendo que tenha ocorrido interferência política. “Houve um ruído (na operação), marcou-se uma data e depois ela foi adiada, mas não houve interferência alguma e sim uma questão de estratégia policial, de seguir os ritos da melhor estratégia para a ação.
A Compesa integrou a operação, com a SDS”, disse o novo dirigente. “A operação foi grande e resultou na interrupção de vários pontos de desvios e furtos.
Aliás, essas operações vão continuar e com cada vez mais intensidade, no sertão ou em outros lugares, porque as perdas comerciais são elevadas e precisam ser combatidas”, revelou ao blog de Jamildo, nesta quarta.
A prática de ligações clandestinas é crime e o cidadão pode denunciar sem ser identificado pelo 0800 081 0195.
Na antiga Celpe, por exemplo, de vez em quando a polícia bate na porta dos clientes da concessionária que esqueceram de pagar a conta ou colocam um “macaco” para pagar menos.
Tudo para evitar evasão de receitas.
O Estado dá apoio porque é sócio do ICMS na fatura da conta de luz.
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Entenda Guerra das tabocas O trecho que iria ser vistoriado foi na Adutora de Tabocas, no distrito de São Domingos, em Santa Cruz.
Foram identificadas e cortadas ligações clandestinas depois. “Na saída da adutora, são 470 litros por segundo, que é a vazão da barragem de Tabocas.
Na torneira das pessoas, em Caruaru, chega apenas 70 litros por segundo.
Ou seja, 400 litros por segundo ficam pelo caminho.
Esse desvio vai para onde?
Quem é o maior polo industrial que fica neste caminho, correndo ao lado dos canos da Compesa?
O desvio vai para o pólo textil… e também perceba que não falta água lá nas grandes fazendas”, compara.
Além das indústrias do polo têxtil, as ligações clandestinas com o uso de motobombas podem estar sendo utilizadas ilegalmente para enchimento de caminhões-pipa a partir de reservatórios alimentados pela rede adutora da Compesa.
Zona livres de impostos no Agreste Com as devidas diferenças de tempo e ação estatal, a situação de saia justa de agora lembra uma campanha do PSB de Eduardo Campos contra o então governador Mendonça Filho, vice de Jarbas Vasconcelos que decidiu sair candidato ao governo do Estado em 2006.
Como Raquel Lyra, Mendonça Filho tinha bases no Agreste.
Os socialistas montaram uma verdadeira operação de guerra tachando o polo de zona livre de impostos, colocando a Secretaria da Fazenda e o candidato/governador entre a cruz e a espada.
Se mandasse realizar uma blitz para cobrar impostos, poderia perder apoio político.
Após susto com operação, chegou mais água As ligações clandestinas e furtos de água acabam prejudicando o abastecimento da população.
José Barbosa disse ao Blog de Jamildo que a operação Tabocas, que aconteceria no dia 28 de setembro, já elevou a quantidade de água que está chegando às pessoas em Caruaru. “Antes do susto com a operação, estava chegando 70 litros por segundo para a população.
Depois, já subiu para 180 litros por segundo, mais do que dobrou”, comemora.
Na primeira semana de outubro, a estatal divulgou ações na mesma linha Duas cidades do Agreste pernambucano, Bezerros e Gravatá, além do distrito de Insurreição, em Sairé, estiveram com o abastecimento de água comprometido, devido a furtos de equipamentos e fiações elétricas em duas unidades operacionais, localizadas no município de Sairé.
Ataques às subestações da Compesa estão se tornando mais frequentes.
Objetivo é roubar cobre - Compesa Divulgação Os criminosos invadiram as Estações Elevatórias de Araçá e Brejão, deixando as unidades sem condições de funcionamento.
Os furtos afetaram 150 mil pessoas.
A Compesa registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil e solicitou investigação para identificar e punir os criminosos.
Os técnicos da Compesa foram mobilizados para avaliar os danos e adotar as providências para o restabelecimento das unidades operacionais.
Grupo de Trabalho contra desvios foi criado por Roberto Tavares O grupo de trabalho que acompanha os grandes ofensores da Compesa e buscar reduzir os desvios foi criado na gestão Roberto Tavares, um dos melhores presidentes que a estatal já teve até aqui. “O nome oficial é perda comercial. É o caso daquele consumidor que abandona sua situação de cliente e fura a rede para ser sócio da estatal, sem investir”, ironiza o sindicalista.
Alex Campos trabalhou na Anvisa, antes de vir para a Compesa - Reprodução/Internet Veja a NOTA oficial da SDS sobre a polêmica operação A Secretaria de Defesa Social, por meio das suas operativas, em parceria com a Secretaria de Recursos Hídricos, por meio da Compesa, desencadeou na manhã desta quinta-feira, 24/08/2023, a 63a Operação de Repressão Qualificada do ano denominada “ADUTORA”.
A Operação foi planejada pela Polícia Civil de Pernambuco, através da Diretoria Integrada do Interior I – DINTER I, sob a presidência do Delegado Ighor Nogueira, Titular da 17a Delegacia Seccional – Santa Cruz do Capibaribe.
A investigação foi iniciada em maio de 2023, com o objetivo de investigar denúncia da prática de Furto de água na divisa entre os municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Brejo da Madre de Deus.
A 1a Vara Cível da Comarca de Santa Cruz do Capibaribe acolheu os pedidos do Ministério Público de Pernambuco que determinou que a Compesa cumprisse o calendário de abastecimento, assegurando o fornecimento de água à população, sob pena de multa diária.
Ao realizar estudos no local, foram identificadas ligações clandestinas de água na área.
No dia de hoje estão sendo cumpridos 32 (trinta e dois) Mandados de Busca e Apreensão Domiciliar.
Todos expedidos pelo Juízo da Vara Única da Comarca de Brejo da Madre de Deus.
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco – DINTEL e pelo Centro Integrado de Inteligência de Defesa Social – CIIDS/SDS, contando ainda com o apoio operacional da POLÍCIA CIENTÍFICA, da Polícia Militar – PMPE, do Corpo de Bombeiros Militar – CBMPE e do Grupamento Tático Aéreo - GTA/SDS-PE, além da Compesa e Neoenergia, resultando em quase 270 profissionais envolvidos.
Foi identificado que havia furto de água em uma adutora, o que afetava diretamente os moradores, causando uma redução de aproximadamente 50% da vazão de água na área.
Com isso, era necessário ainda a compra de água via caminhões-pipa.
Os detalhes da referida operação serão divulgados em momento oportuno.