Marcando de perto o prefeito João Campos, do PSB, o líder da oposição, vereador Alcides Cardoso (PSDB), responsável pelo trabalho de fiscalização, disse nesta terça que antes de ser anunciada pelo prefeito João Campos (PSB) em visita na semana passada, a obra do Parque Eduardo Campos já consumiu R$ 9,3 milhões, sendo R$ 6,1 milhões exclusivamente com a contratação de equipamentos como retroescavadeiras e veículos inerentes à obra.

O acompanhamento da oposição em relação às obras do Parque Eduardo Campos, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, foi apresentado nesta terça-feira (3).

Os dados se baseiam em notas fiscais pagas entre maio e julho pela gestão municipal e compõem o relatório de acompanhamento do parlamentar no âmbito da Calculadora do Recife, que monitora e questiona os gastos do Executivo. “Nós vamos cumprir o nosso papel de acompanhamento, uma das missões de quem foi eleito vereador.

Pela grande relevância da obra para a cidade e pelo volume de recursos gastos, teremos um acompanhamento bimestral para que o cidadão saiba como está sendo feita a construção.

Também solicitamos ao Tribunal de Contas, referência nesse tipo de trabalho no País, a auditoria de engenharia da obra e chamamos atenção para a licitação, que teve atropelos”, disse Alcides Cardoso.

O Parque Edardo Campos vai ocupar o terreno do antigo Aeroclube de Pernmabuco - Hélia Scheppa/Prefeitura do Recife Além de mais da metade dos R$ 9,3 milhões gastos com aluguel de equipamentos, os outros R$ 3,2 milhões foram utilizados para pagar mão de obra e a aquisição de materiais como concreto, metais e canaletas.

O líder da oposição havia questionado o valor gasto com a obra em tão pouco tempo de execução e verificou pessoalmente no canteiro de obras um suposto descompasso entre os pagamentos e o avanço da construção do parque, que está sendo construído no terreno do antigo Aeroclube com o custo inicial de R$ 63 milhões.

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Alvo do TCE, a obra do Parque Eduardo Campos chegou a ter os seus pagamentos suspensos por uma medida cautelar após serem identificados supostos indícios de irregularidades na licitação, como a desclassificação de uma empresa com preço quase R$ 6 milhões menor e qualificação técnica comprovada.

O líder do PSB na Câmara dos Vereadores rebateu, ironizando Alcides.

A decisão monocrática no TCE acabou sendo derrubada e a obra seguiu normalmente, mas a Corte de Contas determinou a instauração de uma auditoria especial. “O relatório da auditoria especial do TCE concluiu que há irregularidades no processo, que a empresa foi excluída indevidamente e que houve um julgamento inadequado da Comissão de Licitações do Gabinete de Projetos Especiais do Recife.

Os técnicos também apontaram a experiência da empresa com grandes obras urbanas” e que a gestão deveria ter feito diligências para atestar a capacidade técnica dela”, reafirmou Alcides.

Na semana passada, Alcides Cardoso destacou o fato de que essa mesma empresa, a ACA Engenharia e Construção, possui contrato vigente com a Autarquia de Urbanização do Recife (URB), no qual houve a execução de mais de 2 mil metros quadrados de pavimento intertravado, justamente um dos requisitos de qualificação técnica exigidos pela Prefeitura no processo de licitação do parque.