Os aliados do jovem prefeito João Campos, de 29 anos, estrela em ascensão do PSB, relatam que a escolha do vice para a chapa de reeleição para a Prefeitura do Recife é o maior dilema de sua jornada na política até aqui.
Isto porque, desta aliança, dependerá boa parte de seu futuro na política.
Pressionado pelo PT para ceder a vice, em troca de apoio em 2026, caso deixe a Prefeitura do Recife para peitar Raquel Lyra (PSDB), João Campos também é pressionado por correligionários para manter a vaga com o próprio PSB, em uma chapa pão com pão, não abrindo espaço para traições futuras.
Esses interlocutores contaram ao blog de Jamildo que o prefeito João Campos tem em conta que goza de uma popularidade em alta, é verdade, mas que também tem plena consciência de que o PT, enquanto partido orgânico, seria fundamental para amealhar uma vitória logo no primeiro turno. “Quem vai ter coragem de ir contra ele?
Agora, é fato também que, de cara, o PT contribui com 20 a 25% dos votos, no Recife” De acordo com essas avaliações de bastidor, também é levado em conta que o próximo governo municipal terá o maior orçamento da história, levando-se em conta o ajuste da máquina no primeiro ano e os empréstimos internacionais obtidos na atual gestão.
Deixar este legado de mão beijada para outro partido seria uma decisão difícil. “Me preparei para este momento, para viver isto… todo dia estou entregando obras”, comenta João Campos com os auxiliares.
No caso, os socialistas estão para lá de cuidadosos nos próximos passos porque a perda do governo do Estado, no ano passado, provocou impacto. “A Prefeitura do Recife é a única ancora que o partido tem hoje”.
Ou seja, um passo em falso, já era.
Vai para o sereno.
A desconfiança eterna com o PT também ajuda a explicar a indefinição da vice, que se possível será empurrada com a barriga até os 50 minutos do segundo tempo. “Ok, vamos admitir que ele saia da PCR e vá disputar o governo em 26.
E se não tiver o apoio da gestão que herdar a PCR ?
E se o PT tiver outro candidato?
Como fica?”, são alguns dos questionamentos internos, repassados sob condição de reserva.
Neste sentido, internamente, o PSB diz que a única chance do PT ser vice de João Campos é lula entrar no circuito. “João Campos não iria brigar com Lula.
Ele dizendo assim: menino, bota o PT na vice aí e tu vai ser meu governador.
Sim, porque uma coisa é sair com o apoio de Lula em Pernambuco e outra coisa é sair sem o apoio de Lula”, frisam os aliados.
Raquel Lyra, entretanto, venceu as eleições negando a polarização entre Lula e Bolsonaro.
Dança com Raquel Lyra Esses mesmos socialistas explicam que o prefeito decidiu também jogar o jogo de 2026 porque é o que a governadora Raquel Lyra estaria fazendo, ao buscar ampliar seu palanque com novos partidos aliados. “O Estado não se movimenta (no Recife, visando as eleições de 2024), a única movimentação que se vê da governadora é em relação a 2026.
Ela está indo atrás dos partidos, como MDB, União Brasil, porque eles podem oferecer tempo de TV.
Se Miguel Coelho tivesse o comando do partido, ele não teria sido dispensado por Raquel”, avaliam.