O blog de Jamildo terá uma coluna sobre combate ao racismo e a promoção da diversidade e dos direitos humanos no Brasil, que começará a ser publicada nas próximas semanas.

A colaboração estará a cargo do ilustre advogado nacional e ex-juiz Marlon Reis, que aceitou convite da coluna eletrônica.

A publicação segue os preceitos do grupo JCPM, que preconiza a busca da diversidade em suas ações sociais.

Marlon Reis deixou a magistratura no Maranhão para se dedicar, como advogado, à defesa da causa negra e a promoção dos direitos coletivos.

A entidade do movimento negro Educafro é uma ONG nacional que já garantiu o acesso de cerca de 100 mil jovens negros ao ensino superior.

O advogado é coordenador jurídico da Educafro, de São Paulo, cuja vitória mais recente na Justiça do Brasil foi um acordo histórico com o supermercado Atakarejo, em Salvador/BA.

Pelo acordo, a rede de atacado vai pagar R$ 20 milhões de indenização por dano moral coletivo e terá que adotar diversas medidas de combate ao racismo, quase dois anos e meio após o assassinato de dois jovens negros que furtaram carne dentro de uma das unidades do grupo.

O acordo judicial foi assinado entre a DPU, diversas instituições e entidades negras e homologado na segunda-feira 18. “Trata-se de um acordo histórico, construído com a participação da sociedade civil e de diversos entes públicos que trabalharam por mais de um ano na construção de uma solução amigável que, de fato, representasse um avanço na luta contra o racismo.

São medidas de impacto direto na vida da empresa e que também contemplam a transferência de valores para o benefício imediato de incontáveis cidadãos e cidadãs da periferia de Salvador”, diz Márlon Reis.

A ação por dano moral coletivo foi ajuizada pela Educafro, o Odara Instituto da Mulher Negra e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos. em parceira com a DPU, DPE/BA, o MPT/BA, e o MP/BA.

O acordo protocolado dentro de uma ACP não elimina outros processos contra a empresa, como na esfera criminal e ações indenizatórias para a família das vítimas.

Mais sobre Marlon Reis Marlon Jacinto Reis é um jurista, advogado e ex-magistrado brasileiro, relator da Lei da Ficha Limpa e idealizador da expressão “Ficha Limpa”.

Reis também é um dos fundadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

Ganhou notoriedade como juiz de direito, cargo que ocupou até abril de 2016, e pelo combate à corrupção no Brasil.

Foi o primeiro juiz a impor a candidatos a prefeito e a vereador que revelassem os nomes dos financiadores de suas respectivas campanhas antes da data da eleição.

Em 2010 foi o relator da Lei da Ficha Limpa, e obteve 1,6 milhão de assinaturas.

A lei foi aprovada em junho do mesmo ano após a coleta das assinaturas.

Também em 2010 chegou a ser indicado pelo a Associação Brasileira dos Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe) para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em junho de 2014 lançou o livro O Nobre Deputado - Relato chocante (e verdadeiro) de como nasce, cresce e se perpetua um corrupto na política brasileira.

Loja do Atakadão Atakarejo de Amaralina - Reprodução Entenda o caso de racismo no supermercado da Bahia Em 26 de abril de 2021, depois de terem furtado carnes do Atakarejo, Bruno Barros e Yan Barros, tio e sobrinho, então com 29 e 19 anos, foram entregues por seguranças a integrantes de uma facção criminosa do bairro do Nordeste de Amaralina.

Na “lei” imposta pelo tráfico, roubos não são permitidos na região para evitar o aparecimento de policiais.

Os jovens negros foram torturados e mortos, e seus corpos foram encontrados no porta-malas de um carro, no bairro de Brotas/SP.

Imagens de Bruno e Yan sentados no chão do pátio do supermercado com quatro pacotes de carnes circularam em vários aplicativos de mensagens e redes sociais.

Ao longo das investigações, a Justiça determinou a prisão de traficantes e funcionários do supermercado envolvidos.