De acordo com relatos de bastidores, de fontes confiáveis do Blog de Jamildo, a entrega do cargo por parte da ex-secretária de Defesa Social, Carla Patrícia, se deu por diversos problemas internos do governo Raquel Lyra.
Segundo fontes próxima à Secretaria, o desejo de desligamento de Carla Patrícia já era sabido, inclusive pela governadora, há algumas semanas. » Alessandro Carvalho é o novo Secretário de Defesa Social de Pernambuco; Confira detalhes sobre a escolha Confira detalhes sobre a saída da Delegada Carla Patrícia da Secretaria de Defesa Social O sentimento interno é que o Governo não está efetivamente olhando para a segurança pública com a prioridade necessária, de modo a permitir que os avanços prometidos se tornem realidade.
Uma das fontes de aborrecimento era a centralização do governo Raquel Lyra, que emperrava as ações na pasta.
A ex-secretária Carla Patrícia já havia, ao menos três meses atrás, rascunhado um programa de segurança, mas não conseguia despachar com a governadora.
Por coincidência ou não, o balanço de seis meses das mortes violentas divulgado pela SDS mostra poucas mortes a menos do que no mesmo período do ano passado, com Paulo Câmara. “O cenário, a partir dos indicativos, é desafiador, e os meios materiais e humanos à implementação de novas políticas não estarão disponíveis num horizonte próximo.
Algo trivial como o agendamento de encontros para definições foram raríssimas desse o início do mandato, o que levou a Secretária, desmotivada, a jogar a toalha”, afirmam fontes do blog.
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Paulo Câmara, por seu turno, ia menos, ajudando a situação da segurança pública sair de controle.
No caso de Raquel Lyra, ela ia menos ainda.
Ao contrário, determinou que não se colocasse mais metas de redução para as forças policiais, na elaboração do novo projeto.
No dia do lançamento do novo projeto de segurança, no Centro de Convenções, a ex-secretária Carla Patrícia foi exposta a uma situação constrangedora sem necessidade.
Raquel Lyra concedeu a palavra no discurso ao deputado federal bolsonarista Coronel Meira, que praticamente fez um discurso sindical em favor de aumento salarial.
Para ilustrar as fotos, pessoal administrativo dos batalhões da RMR foram acionados para encher as cadeiras do auditório do Centro de Convenções.
O ex-comandante da PM Meira havia sido processado e obrigado a se retratar publicamente por ter acusado a delegada Carla Patrícia de supostamente proteger o PSB e Paulo Câmara.
Para alguns, existe a desconfiança que a saia justa teria sido feita de propósito, para criar constrangimento e apontar o caminho da rua.
Coincidentemente ou não, a saída de Carla Patrícia aconteceu um mês depois.
Também se fala que o perfil da primeira mulher a assumir a SDS por ter contribuído para a saída.
Como Carla Patrícia é bem preparada e ciente de suas obrigações, não teria temor de apontar problemas e externar críticas, não baixando a cabeça e dizendo amém sempre. “O sentimento que vem ganhando corpo junto à opinião pública, a partir de relatos de pessoas que acompanham o cenário político, é que a governadora terá muitas dificuldades por ser excessivamente centralizadora, por ter dificuldades de lidar com colaboradores ou aliados de maior estatura.
Afasta-se de pessoas com um perfil mais altivo, preferindo os subservientes que se limitam ao cumprimento de tarefas e à transmissão de elogios e de boas notícias”, afirmam fontes do blog.
No campo interno, da própria SDS, cresciam as pressões por aumentos, como o discurso de necessidade de mudanças na faixas salariais da PM, feita no governo Paulo Câmara, atacada na Alepe pelos deputados bolsonaristas ligados à farda.
Sem sucesso em ser ouvida pela chefe, a delegada acabou avaliando que seria um custo elevado demais continuar carregando o piano. » Raquel Lyra anuncia mais uma troca de secretário em oito meses de governo Convém lembrar que, na gestão Antonio de Pádua, Carla Patrícia cuidou da corregedoria da SDS (2017 a 2019), responsável por acionar e processar policiais civis e militares.
O irmão do coronel Meira foi um dos servidores expuldos da PM por processos assinados por ela.
Para um ex-desembargador ouvido pelo blog, confessadamente um desapontado eleitor de Raquel Lyra, o estilo de governar dela vem se mostrando solitário.