A especulação em torno da mudança do PSDB para o PSD, por parte da governadora Raquel Lyra, correu nos bastidores locais quando o partido abandonou o PSB e aderiu ao governo Raquel Lyra.

Agora, a mesma especulação aparece em publicação nacional.

Nas especulações locais, comenta-se que a filha do ministro da Pesca, André de Paula, Cacau de Paula, agora secretaria de Cultura de Raquel, poderia reforçar a chapa de oposição nas eleições 2024 no Recife.

Segundo Bernardo Mello, de O Globo, Raquel Lyra avalia migrar para o PSD de olho em uma aproximação com Lula (PT).

O movimento consolidaria uma aliança de todos os governadores da região Nordeste ao titular do Palácio do Planalto, feito incomum nas gestões anteriores do PT.

Ele afirma que Raquel já deu sinais de afastamento da cúpula do PSDB e costurou na última semana o embarque do PSD em sua gestão estadual.

A articulação foi feita com André de Paula. “Embora emissários de Lyra e Paula declarem que uma filiação da governadora não está pautada por ora, a entrada do PSD no secretariado em Pernambuco é tida como primeiro passo para este movimento.

A filha do ministro, Cacau de Paula, assumiu a secretaria estadual de Turismo.

Antes, ela ocupava posto equivalente na gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), aliado de Lula”, lembra o jornalista.

Ao O Globo, André de Paula afirmou que “passa a haver um caminho” para a eventual filiação de Raquel Lyra ao PSD”, mas ressaltou que a decisão é da governadora. “Estar em um partido de oposição, considerando o quão Lula é querido no Nordeste, é um fator a ser considerado.

Ela ir para o PSD pode ser conveniente, do ponto de vista político, para os dois lados”, disse o ministro.

Lula e governadores do Nordeste A possível ida de Lyra para o PSD ensaia um alinhamento do Nordeste à gestão petista que só foi registrado no início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), em 2014.

Atualmente, dos nove estados da região Nordeste, apenas Pernambuco elegeu um nome que não era alinhado a Lula. “Ao chegar à Presidência em 2002, Lula encontrou um cenário distinto no Nordeste, onde PSDB e PFL, então os principais partidos de oposição ao PT, governavam quatro estados.

Reeleito em 2006 já com votação forte na região, o petista ainda teve de lidar com um opositor em Alagoas, onde o tucano Teotônio Vilela derrotou um aliado de Lula naquele ano.

Vilela se reelegeu em 2010”, aponta a reportagem.

Limou evento com Eduardo Leite Segundo Mello, Raquel Lyra faltou na quinta-feira a uma reunião em Brasília organizada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, presidente nacional do PSDB.

A reunião marcou um “relançamento” do programa partidário do PSDB, buscando marcar posição distinta à do governo Lula.

Leite mira um projeto presidencial em 2026 que seja um contraponto ao PT e também ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Interlocutores de Lyra afirmam que a relação com Leite é boa e que a governadora gravou um vídeo para ser exibido no encontro tucano.

Aliados dela avaliam que é importante evitar desgastes com o governo federal e que a postura de Leite nem sempre colabora com isso.

O gaúcho também fez um gesto mal recebido por aliados de Lyra, ao ensaiar uma defesa do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que comparou estados do Nordeste a “vaquinhas que produzem pouco”.

Na ocasião, Leite sugeriu que Zema havia se expressado mal, mas não criticou o discurso do colega.

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