Nesta terça-feira, no começo da tarde, os funcionários da Compesa vão promover uma passeata contra a virtual privatização da estatal.
Eles vão bater na porta da Assembleia Legislativa do Estado.
A iniciativa é promovida pelo Sindicato dos Urbanitários.
Os três mil funcionários reclamam que esperam desde abril pelo início das negociações salariais, postergado para este mês e depois para setembro.
Os servidores vão entregar uma carta aberta aos parlamentares e sociedade.
Há críticas ao governo Raquel Lyra.
Leia Também Raquel Lyra faz contratação de projeto ao BNDES visando ‘privatização’ da Compesa Privatização da Compesa: Alepe discute proposta de entregar distribuição de água do Estado ao setor privado Em defesa da Compesa pública e eficiente Os mais de três mil trabalhadores da Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA sofrem com seus salários corroídos pela inflação e descaso do Governo do Estado pela Campanha Salarial da categoria.
Desde a pandemia, quando os trabalhadores abriram mão de suas férias e reajustes já conquistados, a categoria vem sofrendo com discurso de déficit na empresa.
Após a época da Covid-19, no ano de 2022, foi investido mais de R$1 bilhão em ações de melhoria da infraestrutura dos sistemas de água e de esgoto, além de ações de fortalecimento institucional da Compesa, evidenciando um crescimento de 15% em comparação a 2021.
Os dados mostram que a época de déficit, quando a Companhia até suspendeu a fatura de tarifa social, já passou e, com a ajuda da classe trabalhadora, a empresa se reergueu.
Não é justo que, agora, após toda contribuição que os trabalhadores deram para que a Compesa voltasse a crescer, a empresa simplesmente use a Campanha salarial da categoria para reverberar seu discurso de privatização.
A pauta de reivindicação dos compesianos foi entregue à empresa, desde o mês de abril.
No entanto, somente em maio, a direção da empresa respondeu que a Governadora havia determinado que as negociações só teriam início no mês de agosto.
O Sindurb-PE, Sindicato que representa os trabalhadores da Compesa, teve que explicar à nova diretoria da Companhia como se faz uma Campanha Salarial.
A Governadora não decide sozinha o momento de iniciar as reuniões de negociação, uma vez que existe data base (no caso da Companhia, é no mês de maio) e um Acordo Coletivo vigente a ser cumprido.
A direção da empresa, por sua vez, teve que aceitar o início das negociações na data base.
Na primeira rodada de negociação, a Compesa pediu adiamento do processo negocial e concordou em, pelo menos, assinar o Termo que garante a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho vigente.
Ficou acertada que as negociações das cláusulas sem impacto financeiro iniciariam no mês de julho e as econômicas, no mês de agosto.
Para surpresa dos trabalhadores, agora em agosto, a Compesa reagendou a primeira reunião em que apresentaria resposta para as principais cláusulas (Auxílio Educação, Férias, Reajuste e Tíquete), logo em seguida, enviou ofício adiando mais uma vez as negociações das cláusulas econômicas, dessa vez para o final de setembro.
Só podemos entender que essa é uma estratégia do Governo do Estado para ganhar tempo e colocar em prática a privatização da Compesa.
De acordo com os indicadores efetivos, a Compesa está num avanço grande de universalização.
Em 2020, a Compesa foi escolhida como a melhor Companhia de Saneamento do Brasil.
Em 2022, ficou entre as 30 melhores empresas do País.
Quando falamos em universalização, a Compesa atende 94,93% do estado, enquanto a média nacional é de 93,4%. 89,7% do Nordeste. É inaceitável a privatização de uma empresa eficiente e mais ainda a penalização daqueles que se esforçam diariamente para atender a população com zelo e responsabilidade.
Compesianos associam atraso na campanha salarial à iniciativa de privatização - Blog Imagem A ganância da Governadora Raquel Lyra é tão grande que sua equipe tem sido capaz de massacrar a classe trabalhadora em troca da privatização da Companhia.
Quem ganhará com isso??Pedimos o apoio dos parlamentares para que VOTEM CONTRA a privatização da nossa Companhia de Água e Saneamento.
Precisamos proteger nosso patrimônio e garantir um serviço de eficiência para a população.
Pernambuco está entre os quatro estados mais pobres do Brasil e tem a pior disponibilidade hídrica do País - para se levar água para os locais de difícil acesso, é exigido mais investimentos. É preciso levar em consideração o custo da água escassa e o quanto o cidadão pernambucano pode pagar.
Não podemos deixar que nosso povo, já tão sofrido, pague mais caro na conta de água e saneamento para gerar lucro ao setor privado.
Contamos com ajuda dos deputados que elegemos na confiança de que lutariam pelo nosso povo, pela Compesa Pública e Eficiente.