A médica psiquiatra Adriana Zenaide Figueira faz um alerta para saúde mental em policiais. “São profissionais submetidos a um grau de estresse muito grande, principalmente os que trabalham em rua.
Por todo o contexto que vivemos, falta de estrutura e de educação da população, como consequência surge o desrespeito pela classe.
Nessa situação os níveis de ansiedade, medo, desconforto, cansaço podem se tornar patológicos”, aponta.
O Brasil é um país onde o número de policiais que tira a própria vida é maior que o dos que morrem em serviço, segundo o relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que em 2022 houve um aumento nos suícidios de 55% em relação ao ano anterior, por parte dos policiais.
Os policiais, de maneira geral, costumam apresentar perfil profissiográfico para o exercício da função e também se capacitam durante a formação, porém não elimina o adoecimento pela constante exposição à violência, aos confrontos armados e o temor da morte.
A médica ainda aponta que quando não tratados preventivamente, a tendência é que, a partir do terceiro ano, apresentem sintomas referentes à exposição de violência constante. “Geralmente começam com os sintomas físicos, alteração do sono, aumento do peso, problemas gástricos.
Depois, vem as queixas sobre relacionamento interpessoal, dificuldade de adaptação, baixa tolerância, condutas persecutórias e, por fim, a instalação dos transtornos, quando não diagnosticados e tratados a tempo”, explica.