Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que os brasileiros que não usam transporte público passariam a usar os coletivos caso algumas melhorias fossem feitas.

Os dois principais motivos apontados pelos entrevistados para começar a usar esse transporte nas grandes cidades são a redução do preço da tarifa (25%) e a diminuição do tempo de espera (24%).

Outras melhorias desejadas incluem o aumento da segurança (20%), maior disponibilidade de linhas e percursos (18%), ampliação do conforto interno (14%), melhoria da qualidade dos veículos (13%) e maior brevidade dentro do transporte público (13%).

Leia Também Para frustração dos metroviários, ministro das Cidades anuncia apenas R$ 260 milhões para a CBTU em 2023 Relatório Reservado diz que Governo Lula pisou no freio na concessão da CBTU e da Trensurb Luiz Soares, do Sindmetro-PE, se reune com SEST, antes da CBTU, na defesa do acordo coletivo da categoria A pesquisa também mostra insatisfação da população com a governança e gestão pública da política de mobilidade urbana.

Quando questionados sobre como avaliam a atuação do poder público local no planejamento da mobilidade urbana a longo prazo, 57% consideram pouco ou nada avançado, 24% responderam mais ou menos avançado e apenas 16% julgam avançado ou muito avançado. “É imprescindível que o poder público priorize a atualização da Política Nacional de Mobilidade Urbana para que as cidades tenham condições de elaborar bons projetos e acessar recursos para melhorar o transporte público e reduzir os gargalos do trânsito, que tanto têm impactado na qualidade de vida do brasileiro”, afirma Wagner Cardoso, gerente-executivo de Infraestrutura da CNI.

Nesta semana, uma pesquisa da Veritá, de Minas Gerais, mostrou Saúde, Segurança e Transporte seriam os piores pontos do governo Raquel Lyra Os dados também apontam que a satisfação dos brasileiros com os pontos de ônibus é baixa.

A maior queixa é em relação à segurança, que recebeu nota média de 3,1 numa escala de 0 a 10.

Outros pontos de insatisfação são o conforto (nota 3,3), tempo de espera (3,6), informação sobre trajetos e horários (4,3), quantidade de paradas (5,2) e distância percorrida (5,5).

Em relação à satisfação com o serviço dentro do ônibus, a maior reclamação também diz respeito à falta de segurança, com nota 3,1.

Na sequência, as maiores reclamações são relativas ao excesso de passageiros (3,6), conforto (3,6), quantidade de ônibus (3,8), pontualidade (4,2), limpeza (4,7), tempo de viagem (4,7) e comportamento do motorista (6,4).

Metodologia A pesquisa encomendada pela CNI foi realizada pelo Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), nome novo do Instituto FSB Pesquisa, que entrevistou 2.019 pessoas da população economicamente ativa (PEA) com idade a partir de 16 anos em cidades com mais de 250 mil habitantes nas 27 unidades da Federação, entre 1º e 5 de abril.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.