Em paralelo ao desafio de formatar até setembro, as bases do que será o novo programa de segurança apresentado para susbtituir o Pacto Pela Vida, o novo governo do Estado pode ter na eleição do Sinpol um complicador na área das corporações de segurança pública, na gestão do Juntos pela Segurança.

A renovação do comando do sindicato dos policiais civis deve ocorrer também em setembro.

O atual presidente Rafael Cavalcanti baterá chapa com o ex-presidente Aureo Cisneiros e a disputa pode levar a um acirramento das ações sindicais.

Cisneiros, que luta para ser reintegrado ao Estado, depois de uma decisão do STJ, acredita que a governadora Raquel Lyra trabalha para retardar sua reintregração, de modo a evitar que ele concorra e retome o controle da entidade.

Caso obtenha sucesso na empreitada, pode se transformar em um adversário de Raquel Lyra com poder de fogo.

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Ser reempossado, o que não foi.

Aí ele começa a fazer um movimento por conta própria e que pode inclusive prejudicar a negociação salarial da categoria”, diz um aliado de Rafael, que sucedeu Cisneiros no Sinpol por indicação sua. “Rafael, eu não esqueci de vocês.

Só peço mais um pouco de paciência, pois a valorização irá sair", disse a governadora, em resposta ao presidente do SINPOL, na chegada ao Centro de Convenções.

Apesar do pedido, no final da noite, o sindicato reafirmou a possibilidade de greve, depois de ter disto que as expectativas não foram atendidas, uma vez que esperavam anúncios mais concretos e significativos, principalmente sobre a pauta dos Policiais Civis.

O sindicalista dá sinais de que não quer correr risco de perder as bases. “Não podemos esperar”, disse. “Agora, cabe a nós cobrarmos e pressionar o governo para valorizar o Policial Civil.

Não podemos deixar o governo Raquel empurrar nossa justa valorização com a barriga, nem permitir que continuemos com essa absurda falta de efetivo, de estrutura e, acima de tudo, de valorização salarial”.

A entidade reafirmou a realização de uma passeata no dia 28 de agosto com a possibilidade de decretar uma operação padrão. Áureo diz que só ele tem o comando real das bases, citando que a primeira passeata foi esvaziada.

No ano passado, Raquel Lyra chegou a assinar uma Carta Compromisso como então candidata ao Governo do Estado, durante a campanha eleitoral, quando esteve participando de debate na sede do sindicato.

No evento, a atual diretoria levou faixas e cartazes reclamando da falta de segurança no Estado e do que chamam falta de valorização do Policial Civil. “Estivemos frente a frente com a Governadora de Pernambuco para cobrar uma resposta sobre a valorização da categoria, que até o momento não chegou”. “É fundamental que a gente possa ter investimentos adequados na segurança pública e a Governadora se comprometeu lá no próprio sindicato, ainda quando era candidata, a mudar a curva da falta de investimentos que Pernambuco vem sofrendo. É preciso investir em segurança pública, em estrutura, contratação de pessoal e valorização do efetivo, que aqui em Pernambuco é o mais massacrado salarialmente, com a maior defasagem, mas que faz tanto, onde toda semana temos operação da Policia Civil, por conta do compromisso que esses policiais têm em defender a população pernambucana, mas esses policiais estão adoecendo, estão mal remunerados e trabalhando em locais completamente inadequados.

Tá na hora de Pernambuco ter segurança pública como prioridade, e para isso, tem de priorizar as pessoas, os profissionais, os policiais”, disse Rafael.

No plano apresentado nesta segunda há o compromisso do Governo em discutir e construir um projeto de segurança pública até setembro ou outubro, mas, na visão dos sindicalistas, isso deveria ter sido priorizado antes do lançamento.

O candidato de oposição Áureo Cisneiros, que se apresenta como integrante do movimento sindical dos policiais civis, bateu no novo programa de Raquel e já buscou apresentar o adversário como fraco. “A governadora Raquel Lyra está lançando um programa de segurança de gabinete, sem dialogar com ninguém.

Sem dialogar com policiais, sem dialogar com outros poderes, com universidades e pior: Sem dialogar com a sociedade civil organizada.”, afirma o movimento “Sinpol de Volta pra luta”.

Ex-presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros - Divulgação / Sinpol Veja abaixo os termos da carta JUNTOS PELA VALORIZAÇÃO DOS POLICIAIS CIVIS Pernambuco não pode continuar ostentando índices alarmantes de violência.

E uma das principais ações que o governo Raquel Lyra tem que fazer é realizar uma reparação salarial histórica.

Nosso estado não pode continuar pagando o pior salário do Brasil para Policiais Civis.

E diante de tanta violência, não dá mais para Secretaria de Defesa Social (SDS) manter delegacias improvisadas e ter o mesmo efetivo de 30 anos atrás. É urgente que o governo apresente um cronograma de abertura de concursos públicos. É de conhecimento de todos que um dos principais instrumentos de segurança pública para diminuir a violência é uma polícia investigativa valorizada e com boas condições de trabalho.

Nós, do Movimento SINPOL de Volta pra Luta, pedimos que a governadora se sensibilize e escute a categoria.

Ninguém aguenta mais a falta de estrutura, a desvalorização dos policiais e a violência desenfreada em Pernambuco.

Temos certeza que juntos, ao lado das forças de segurança, sociedade civil organizada e demais poderes, vamos virar a página e Pernambuco não será terra da violência e impunidade.

Valorização salarial e Reestrutura da Polícia Civil já!

Dialogar para Pernambuco avançar!