Conforme revelou ontem a coluna eletrônica, tucanos informam nos bastidores que há de fato conversas internas entre o PSDB e o PT para que Humberto Costa seja o senador do governo em 2026, quando Raquel Lyra vai disputar a reeleição e Costa precisa buscar a reeleição.

Com o PT de Lula tendo o seu espaço assegurado, Raquel Lyra poderia desempenhar o papel de liderança que uma vez Lula empoderou Eduardo Campos.

Com efeito, Lula tem aberto os cofres para a governadora Raquel Lyra e prestigiado sua figura em vários eventos públicos, seja no Geraldão no Recife ou no Planalto.

Agora mesmo, acaba de repassar os primeiros R$ 650 milhões do Banco do Brasil para obras nas estradas.

A informação de bastidor foi vazada depois do evento fotográfico na Fiepe.

No território ’neutro’ da entidade empresarial, a governadora Raquel Lyra e o PT de Humberto Costa, agora reforçados pelos dissidentes do PSB, como Danilo Cabral e Paulo Câmara, deram a entender estarem finalmente sinalizando com a bandeira branca da paz, em nome da harmonia e desenvolvimento.

Neste cenário, um nome que poderia ser lançado pelo PT no Recife seria a senadora Teresa Leitão.

Com Paulo Freire no céu e Lula na terra, ela não teria dificuldade de aceitar a missão.

Não tem nada a perder depois de ganhar oito anos no Senado.

Ajudaria a dividir o eleitorado de esquerda, que João Campos busca monopolizar.

Mesmo com Eduardo Campos ainda vivo, o PT jamais deixou de lançar candidatura no Recife.

Os novos dissidentes do PSB, muitos deles incorporados ao governo Lula, completariam o serviço, na divisão de votos na esquerda, ajudando a encorpar uma eventual candidatura mulher do PT.

O blog de Jamildo foi a única coluna eletrônica a apontar a formação deste novo grupo político, no Estado de Pernambuco, no dia do almoço em homenagem a Paulo Câmara, em Boa Viagem.

No dia da visita de Lula à fábrica da Jeep, em Goiana, em que João Campos ficou em segundo plano e a governadora apareceu ao lado de Lula no palco, os petistas já estavam pressionando o PSB por uma definição por parte de João Campos.

O plano A era emplacar um petista na vice da chapa, amarrando João Campos caso decida sair para disputar com Raquel em 2026.

A segunda opção é a candidatura própria, no Recife.

O problema para o jovem político do PSB é que, com PT na vice, João Campos vira refém do PT em 2026.

Se ficar o bicho pega e se correr o bicho come, porque sem acordo Lula pode fechar as torneiras para a gestão.

Nesta semana, João Campos apresentou mais um projeto ao governo federal, para urbanização das margens do Pina.

Governo Lula ainda não disse como iria resolver o problema de Pernambuco - Miva Filho/ Secom Lições de Eduardo Campos para Raquel Lyra Na sua primeira visita à Fiepe, depois de ter assumido o comando do Banco do Nordeste (BNB), o ex-governador Paulo Câmara foi bastante claro e objetivo.

Ele sugeriu que os empresários pernambucanos e a classe política deveriam seguir o exemplo dos cearenses, unindo-se acima das diferenças políticas.

Voltando um pouco no tempo, é possível lembrar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e sua dificuldade de lidar com Pernambuco.

Ele costumava afirmar que era difícil atender as demandas do Estado porque Jarbas Vasconcelos não se entendia com Miguel Arraes e vice-versa.

Quando teve a oportunidade de governar, Eduardo Campos deve ter aprendido estas lições porque soube unir oposição e governo em um projeto de desenvolvimento para o Estado.

A oposição praticamente inexistia, enquanto Lula ajudou o Estado com recursos em várias áreas.