Os dados fazem parte do Relatório Semestral do Instituto Fogo Cruzado, lançado nesta segunda (17): A região metropolitana do Recife teve 890 tiroteios no primeiro semestre de 2023.
A média foi de cinco tiroteios por dia.
O número de registros é próximo do acumulado no primeiro semestre de 2022, que concentrou 894 tiroteios.
Em seis meses, 1.013 pessoas foram baleadas - 728 foram mortas e 285 ficaram feridas.
A média é de seis pessoas baleadas a cada 24 horas.
Em 2022, houve 1.035 pessoas baleadas nos primeiros seis meses: 707 mortas e 328 feridas.
Assim como os tiroteios, o número de baleados também se manteve praticamente estável nos dois períodos, mas considerando somente os mortos, houve um leve aumento de 3% no número de vítimas mapeadas.
Considerando somente os feridos, houve uma queda de 13%.
Violência contra os jovens A violência armada é um problema grave em Pernambuco como um todo, mas dentro dessa parcela de vítimas, jovens com idade inferior a 18 anos também estão sendo um alvo constante desses tiroteios.
Ao menos três crianças e 46 adolescentes foram baleados ao longo do primeiro semestre.
Desse número, uma criança foi morta e outras duas ficaram feridas, e 31 adolescentes foram mortos e 15 ficaram feridos.
Em média, é como se oito crianças ou adolescentes tivessem sido baleados por mês neste primeiro semestre.
Em 2022, neste mesmo período, duas crianças e 43 adolescentes foram mortos e quatro crianças e 29 adolescentes ficaram feridos. “A violência armada faz vítimas em todas as idades.
Destrói famílias, gera traumas, traz medo, deixa cicatrizes.
Mas quando essa violência chega até os mais novos, é ainda mais grave.
Ela nos mostra que estamos falhando em proteger e preservar a vida dos mais vulneráveis”, analisa Ana Maria Franca, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco. “Dados como os deste relatório semestral são parte fundamental para entender o problema da violência no estado de Pernambuco e começar a pensar em soluções que de fato tragam segurança para a vida dos moradores da região metropolitana.
Pernambuco já foi referência nacional na transparência de dados, mas essa não é a realidade hoje. É urgente que o governo forneça solução para controle da violência armada e proteção da população, pois é um problema que afeta diariamente a vida dos pernambucanos, principalmente dos mais jovens”, completa Ana Maria Franca.
Além dos mais jovens, os idosos também não foram poupados da violência armada.
Oito foram baleados neste semestre: seis morreram e dois ficaram feridos.
Em 2022, foram 14 baleados no período; na época, oito morreram e seis ficaram feridos.
O mapa da violência armada/Municípios De janeiro a junho, Recife concentrou 38% dos tiroteios, 35,5% dos mortos e 42% dos feridos mapeados na região metropolitana.
Entre os municípios mapeados pelo Instituto Fogo Cruzado, os mais afetados pela violência armada neste primeiro semestre foram: Recife: 342 tiroteios, 259 mortos e 120 feridos Jaboatão dos Guararapes: 175 tiroteios, 153 mortos e 54 feridos Olinda: 95 tiroteios, 76 mortos e 25 feridos Cabo de Santo Agostinho: 58 tiroteios, 52 mortos e 23 feridos Camaragibe: 37 tiroteios, 29 mortos e 16 feridos Paulista: 37 tiroteios, 29 mortos e 7 feridos Entre os bairros, os mais afetados foram: Muribeca (Jaboatão dos Guararapes): 25 tiroteios, 21 mortos e 5 feridos Barra de Jangada (Jaboatão dos Guararapes): 22 tiroteios, 21 mortos e 5 feridos Prazeres (Jaboatão dos Guararapes): 20 tiroteios, 13 mortos e 10 feridos Iputinga (Recife): 20 tiroteios, 11 mortos e 10 feridos Varzea (Recife): 17 tiroteios, 12 mortos e 1 ferido