O ministro do STF Gilmar Mendes ironizou a “chuva de Pix” que o ex-coordenador da Operação Lava Jato e deputado federal cassado Deltan Dallagnol afirma ter recebido após deixar a Câmara dos Deputados.

Em evento do grupo Prerrogativas, Gilmar sugeriu que Deltan poderia “abrir uma igreja” devido ao seu “novo contato com a espiritualidade do dinheiro”.

Gilmar também criticou a Operação Lava Jato, encerrada em 2021, e defendeu a necessidade de repensar o modelo de atuação do Ministério Público.

Ele apontou falhas nos órgãos fiscalizadores ao dar autonomia para a Lava Jato e afirmou ser necessário corrigir os erros na estrutura de Justiça do país.

O ministro ainda disse que o “modelo Moro-Dallagnol”, referindo-se à forma como Sergio Moro e Deltan atuavam em Curitiba, não foi bem-sucedido.

Ele reiterou a necessidade de “salvar o judiciário desse grande escândalo” e destacou a importância do Ministério Público no combate à corrupção, mas alertou que eles não devem se considerar o quarto Poder ou ter papel de auxiliar do sistema político-partidário.

Deltan, por sua vez, publicou um vídeo nas redes sociais agradecendo as transferências via Pix recebidas de seus apoiadores e chamando-os de “agentes de Deus em sua vida”.

Ele foi cassado pela Mesa Diretora da Câmara após decisão unânime do TSE de cassar seu registro de candidatura e, consequentemente, seu cargo no Legislativo.