No momento do lançamento do programa Desenrola, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ganhou um recorte especial pela Fecomércio Pernambuco para o mês de junho.
Atualmente, 432 mil pernambucanos possuem dívidas com cartão de crédito, financiamentos, carnês e crédito pessoal, sendo que 162 mil pernambucanos têm contas atrasadas.
Leia Também Desenrola Brasil: Governo Federal publica regras de programa para renegociação de dívidas; veja quem tem direito, regras e como fazer Bancos dão apoio ao programa Desenrola, de recuperação de dívidas Segundo a entidade, endividamento e inadimplência oneram parte da renda mensal das famílias e restringem o consumo. “Quanto antes a dívida for quitada, melhor, pois sobra mais renda a ser destinada para a aquisição de bens e serviços e/ou para a formação de poupança.
Por isso, é importante reduzir ao máximo o tempo de atraso das dívidas e o número de inadimplentes, garantindo uma melhor saúde financeira dos domicílios”.
Leia Também Lula quer taxar internet? É falso que Lula vai taxar usuários de internet para criar agência; veja declaração Os tipos de dívidas predominantes entre as famílias pernambucanas de menor renda relativa (aquelas cujo orçamento familiar é de até 10 salários-mínimos) seguem sendo o cartão de crédito (92,6%), carnês (29%) e crédito pessoal (7,3%).
Esses percentuais refletem a facilidade de empréstimo pré-aprovado no cartão de crédito; já os carnês são atrativos porque os varejistas muitas vezes não incluem acréscimo de juros no pagamento parcelado.
O crédito pessoal, por sua vez, corresponde a empréstimos ou linhas de crédito oferecidas por instituições financeiras, como bancos ou empresas de crédito.
Essas dívidas podem ser utilizadas para diversos fins pessoais, como pagamento de despesas médicas, reformas em casa, compra de bens duráveis ou até mesmo para cobrir necessidades básicas.
O tempo médio de comprometimento com dívidas em Pernambuco é de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 60 dias em Pernambuco e 63 dias quando observamos todo o Brasil.
Os devedores em atraso podem enfrentar dificuldades financeiras, reduzindo sua capacidade de gastar e ocasionando às empresas dificuldades no fluxo de caixa, dado o impacto negativo do endividamento e da inadimplência no gasto.
Isso pode levar a uma desaceleração econômica, uma vez que o consumo e os investimentos são componentes essenciais para o crescimento econômico.
O economista da Fecomércio, Rafael Lima, destaca que há uma expectativa positiva em relação ao programa Desenrola, que recentemente teve sua portaria publicada e inicia suas operações. “Essa iniciativa tem como objetivo promover a renegociação das dívidas, beneficiando especialmente o setor varejista ao trazer de volta consumidores anteriormente restritos devido à inadimplência”.