Normalmente, são os partido de esquerda que dão suporte aos sindicatos de professores.

Nesta terça-feira, mesmo dia de votação da indicação ao TCE, na Assembleia Legislativa, uma cena inédita foi vista pelos professores.

O atual presidente da Alepe, Álvaro Porto, desceu do gabinete, depois de convocado pelo carro de som, para afirmar que iria ajudar nas negociações, em plena calçada da Rua da Aurora.

O Blog de Jamildo antecipou, no dia 20 de maio, que Álvaro Porto iria ajudar os professores na negociação com o Governo do Estado. “Essa fala na rua é inédita e pode sinalizar que ele pode até estar na majoritária com o PSB.

Não se tem notícia de um presidente que tenha se fortalecido tanto em cinco meses, como Álvaro Porto.

Em 2026, serão duas vagas ao Senado.

Essa parceria com o PSB pode ser sinal de que eles (PSB) podem fazer um convite para que ele esteja na chapa do Senado”, afirma uma analista da cena local, ao blog, tentando explicar a forma como peita a governadora do PSDB.

Não se sabe o quanto o comportamento dos deputados influencia Porto ou quanto Porto influencia os deputados, mas uma frase que se ouve com regularidade prega que Raquel Lyra não respeita a institucionalidade. “A Alepe não é a Câmara Municipal de Caruaru (com todo respeito à Câmara de Caruaru)”, é uma frase repetida. “Raquel Lyra precisa abandonar esta postura impedial e compartilhar o governo, a gestão com os aliados.

Ela não tem Casa Civil nem líder de governo, que vive discursando sobre Garanhuns, já de olho nas eleições municipais.

Nunca se viu um líder do governo ser barrado no Campo das Princesas (evento de Lula sobre Noronha).

Nunca se viu uma candidata ao TCE (Débora Almeida) ser desconvidada.

Agamenon Magalhães, Eduardo Campos e até mesmo Paulo Câmara prestigiava os aliados, chamando-os para eventos e inaugurações”, afirma um interlocutor dos políticos locais.

Na manhã desta terça-feira, durante uma manifestação do Sintepe (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Pernambuco) na frente da Alepe, o presidente da Casa discursou para os professores e sindicalistas presentes, reforçando seu posicionamento. “As portas da Alepe estão abertas para todos os professores.

Tenham certeza que vocês podem contar com a Assembleia”, falou Álvaro Porto ao microfone, do lado de fora da sede do Legislativo.

Ele também tranquilizou os profissionais afirmando que não haverá votação do Projeto de Lei na Alepe nesta terça, e indicou apoio às negociações. “Não vai ser votado nada hoje, apenas foi distribuído [o projeto de lei].

Tenham certeza que estamos ao lado de vocês”, completou.

O documento que será entregue ontem, ao qual Álvaro se referiu, é o Projeto de Lei apresentado pelo Governo do Estado.

Ele deve ser distribuído na casa, seguindo o regimento interno que estabelece os prazos para a tramitação.

Porém, uma comissão de deputados, criada após uma audiência pública do sindicato com parlamentares, realizada ontem, determinou que vai abrir diálogo para chegar a um acordo com o governo.

Protesto em frente à Alepe O Sintepe convocou uma assembleia geral na manhã desta terça-feira, em frente à sede da Alepe.

A área externa do prédio foi rodeada por professores e sindicalistas.

A presidente do sindicato, Ivete Caetano, reforçou o discurso feito em audiência publica realizada ontem, afirmando que a proposta não contempla toda a categoria de professores.

Marcha ao Palácio do Campo das Princesas A deputada estadual Dani Portela, líder da oposição, foi além, atravessou a ponte e acompanhou a comissão dos profissionais em educação que seguiu em marcha para o Palácio do Campo das Princesas após a assembleia da categoria realizada em frente à Alepe.

Segundo os professores, o ato foi realizado em virtude da ausência do retorno do governo sobre as propostas apresentadas em audiência pública, realizada na manhã de segunda 22: retirada do projeto de lei que versa sobre o piso salarial dos professores, com apresentação de um substitutivo; ou a retirada do regime de urgência do atual PL remetido à Assembleia Legislativa.

A categoria diz que segue em pressão para que a governadora Raquel Lyra retire o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco, reabrindo a mesa de negociações para o reajuste dos profissionais. “O PL que está atualmente em trâmite já foi rejeitado por unanimidade pela categoria em assembleia.

E mesmo tendo sido rejeitada, a proposta foi enviada pelo governo para Alepe, atropelando o diálogo e o debate.

Hoje, em mais um claro sinal de apartamento do governo para com as trabalhadoras e trabalhadores da educação, a nossa comissão não foi recebido por nenhum secretário de governo, nem mesmo os que estavam ontem na Audiência Pública”, afirmou a deputada Dani Portela.

De acordo com a parlamentar, a categoria está aberta ao diálogo e espera respostas do governo do estado. “O piso já é lei federal e a gente precisa que a governadora aplique essa Lei em nosso estado.

O projeto lei 712/2023 não respeita as professoras e professores e rasga o plano de cargos e carreira.

Não contempla a luta que há anos a categoria trava em Pernambuco.

O piso precisa ser aplicado para todas e todos da categoria com repercussão para toda a carreira docente e para todos os segmentos da educação”.