Eduardo de Matos é ex-assessor de Eduardo Campos e de Tulio Gadelha, além de membro da executiva do partido REDE em Pernambuco.
Ele escreveu ao blog sobre o processo de escolha de conselheiros para o TCE, na Alepe, de modo crítico.
Eduardo de Matos é um dos apoiadores da candidatura do advogado Osvir Guimarães Thomaz a conselheiro do TCE.
Terceiro candidato inscrito da disputa para o TCE, o advogado Osvir Thomaz é procurador-geral do município do Cabo de Santo Agostinho.
Com a polarização entre Joaquim Lira (PV) e Rodrigo Novaes (PSB), Osvir tornou-se figurante na corrida pelo TCE e não deve obter votação expressiva.
Leia os termos abaixo.
A indicação do novo Conselheiro do Tribunal de Contas de Pernambuco está expondo o que menos interessa o fim a que se destina, pois o que deveria ser uma escolha que atendesse do ponto de vista técnico, passou a ser uma demonstração de força que tende a levar uma fratura narcísica em ambos os poderes.
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De outra banda o Palácio do Campo das princesas disputa desesperadamente palmo a palmo o voto de deputados para tentar amenizar a derrota pela entrada antecipada na disputa, queimando a largada com a deputada Débora Almeida.
Dessa forma abraçou a campanha do deputado Joaquim Lira, que estava até bem posicionado, mas se apequenou diante da sanha necessária de posicionamento da presidência da Casa, que tem dado um tom de protetor de seus pares e por isso movimenta-se no sentido de derrotar a governadora pregando uma autonomia da casa.
A pergunta que deve ser feita é quem ganha nessa disputa?
Nem o Palácio é nem a Casa Joaquim Nabuco.
Nem a sociedade pernambucana, uma vez que as cicatrizes poderão fazer com que a unidade necessária para o avanço do nosso estado como ocorrera nos anos de 2007 a 2014, não se repita, pois está claro que o que se disputa é o Poder Personalíssimo na figura de pessoas e não do próprio poder.
Nesse meio estão os deputados que na prática são simplesmente objeto de uso para fortalecimento personalíssimo.
Pela necessidade de busca de um Pai, que os proteja, são sucumbentes de sua capacidade de auto percepção de sua autonomia e acabam prostrando-se dando azo ao surgimento de uma figura caricata bem comum aos tempos do coronelismo.
Vota-se em quem o coronel manda.
Um novo parlamento pernambucano não pode se curvar em troca de cargos terceirizados simplórios.
Que capacidade e autoridade teriam esses representantes do povo que vende seus votos por troca de benécias módicas?
E uma triste realidade da política pernambucana.
Que está longe de reproduzir em seu parlamento representantes que expressem a verdadeira política, uma vez que essa submissão os transformam em “politiqueiros” e não POLÍTICOS, em letra maiúscula.
Se apequenam.
Leia Também Francismar Pontes retira candidatura ao TCE e vai apoiar Rodrigo Novaes Alepe sabatina e aprova Eduardo Porto como novo conselheiro do TCE-PE Nessa disputa só há um caminho de demonstrar autonomia e grandeza.
E o caminho não é o que está sendo percorrido.
A pobre política pernambucana rende-se, ainda, ao coronelismo do ciclo açucareiro, ficando de joelhos por pequenas migalhas que caem da mesa dos coronéis. É hora de despertar.
O Parlamento Pernambucano é maior do que isso.
Peço aos nossos deputados estaduais que valorizem os seus votos e honrem seus mandatos.
A autonomia política da nação pernambucana é um tesouro inegociável.