Em debate sobre as eleições do Recife, em 2024, na Rádio Jornal, com a apresentadora Natália Ribeiro, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, aproveitou para dar uma estocada no presidente do União Brasil, Luciano Bivar, que vive uma disputa interna com o deputado federal Mendonça Filho, próximo ao ex-prefeito desde as eleições de 2022.
Miguel Coelho evitou criticar Raquel Lyra por abrir espaço para Bivar com indicação de um aliado no Porto do Recife, ou mesmo a indicação do candidato derrotado ao Senado, Guilherme Coelho, tio de Miguel, para uma assessoria especial no Palácio, mas não poupou Bivar. “Raquel não me deve nada, mas ninguém consegue ter os pés em dois barcos ao mesmo tempo (cargos no Recife de João Campos e com Raquel).
O cobertor um dia fica curto”, observou, em tom crítico.
Mesmo afirmando que não gostaria de falar publicamente das rusgas no partido, ainda disse que Mendonça Filho era o verdadeiro presidente do Diretório do União Brasil no Recife.
A disputa chegou a ser judicializada entre os dos grupos.
União Brasil Ele também reforçou, que o debate do pleito de 2024 também passa pelo União Brasil. “O União Brasil é um partido plural, grande e, portanto, tem uma responsabilidade não só ao nível nacional, mas também ao nível estadual.
Temos três deputados federais, cinco deputados estaduais, uma boa quantidade de prefeitos e vereadores.
Então, não podemos nos furtar dessa responsabilidade”, disse.
Em uma de suas falas, o deputado Eduardo da Fonte destacou que Miguel é um nome que pode estar sendo analisado para concorrer às eleições.
Miguel agradeceu a menção e destacou sua relação com o Recife e o perfil de gestor que a cidade precisa. “A população do Recife está de uma certa forma impaciente querendo resolver seus problemas, mas também quer alguém que traga bagagem política, administrativa e que faça a política do resultado, da melhoria da vida das pessoas.
Então, acho que todos os cenários estão abertos, as composições partidárias serão fundamentais para que isso possa ser uma frente representativa de apoio”, comentou. “A eleição de governador de 2022 me conectou mais com o Recife.
Eu andei por esses morros todos da região metropolitana e eu pude ver, não só o Recife da beira-mar, mas o Recife da periferia que falta água, saneamento, creche, posto de saúde, que a pessoa leva três ou quatro horas por dia para chegar e voltar do seu trabalho, de um metrô quebrado, dos morros controlados por milícias ou traficantes e essa é uma realidade, infelizmente”, salientou. “Então, se a gente não ficar sensibilizado com problemas dessa magnitude, a gente está no ramo errado da política. É óbvio que eu me importo com o Recife, penso em poder ajudar de qualquer maneira que seja possível.
O União Brasil vai chegar forte, vai chegar com um posicionamento muito bem definido, no tocante ao Recife, já é um diretório municipal, onde Mendonça é o presidente.
Então, no tempo certo, a gente vai se posicionar.”, afirmou.
Eleições de 2024 Sobre as pautas que perpassam o ambiente político para as eleições municipais da capital, o ex-prefeito de Petrolina e ex-deputado estadual também respondeu uma pergunta sobre a avaliação dos três primeiros meses de Raquel Lyra e destacou que ainda é cedo para fazer juízo de valor. “Raquel tenta imprimir uma marca que ainda não conseguiu, e é natural, pois superou um governo de 16 anos do PSB.
Acho que a gente tem que dar tempo ao tempo.
A população vai julgá-la muito mais pela questão dos resultados administrativos”, complementou.
Durante o debate, Miguel elencou que Recife passa por diversas dificuldades em muitas áreas como, por exemplo, na mobilidade, com o metrô; água e esgoto com a Compesa; da segurança e do desemprego. “Recife é uma das capitais mais pobres de todo o Brasil, então essas pautas merecem ser debatidas não só pela classe política, mas por toda a sociedade em busca de um novo caminho e uma nova rota para melhorar”, destacou.