O secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, será o chefe interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A informação foi divulgada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, no Twitter.
Mais cedo, o general Gonçalves Dias pediu afastamento do cargo de ministro do GSI.
Segundo a Secretaria de Comunicação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já aceitou o pedido de demissão.
O ministro deixou o cargo no mesmo dia em que vídeos que estavam sob sigilo por fazerem parte de inquérito policial foram divulgados pela CNN.
As imagens mostram o general e outros funcionários da pasta dentro do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram as sedes dos Três Poderes.
Segundo informou a Veja, mais cedo, o general Marco Edson Gonçalves Dias acaba de pedir demissão e não é mais ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
O pedido foi aceito pelo presidente Lula.
Ele é o primeiro ministro a deixar o governo.
A decisão foi tomada após uma reunião convocada por Lula com o chefe do GSI e outros ministros para tratar das imagens divulgadas na manhã desta quarta pela CNN Brasil em que Gonçalves Dias aparece no interior do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro ao lado de invasores.
Leia Também Câmeras mostram ação do ministro do GSI de Lula contra atos antidemocráticos A Secom divulgou uma nota afirmando que “a violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional, que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio”. “As imagens do dia 8 de janeiro estão em poder da Polícia Federal, que tem desde então investigado e realizado prisões de acordo com ordens judiciais.
No dia 17 de fevereiro, a Polícia Federal pediu autorização para investigar militares e, a partir do dia 27 de fevereiro, com autorização do Supremo Tribunal Federal, tem realizado tais investigações, inclusive com a realização de prisões”, afirmou a Secretaria de Comunicação Social.
O texto acrescenta que todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do inquérito, e que 81 militares já foram ouvidos, inclusive do GSI. “O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio.
E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”, concluiu a Secom.
Atestado médico para não ir à Câmara dos Deputados A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados ouviria nesta quarta-feira (19) o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, sobre os ataques de 8 de janeiro em Brasília.
O pedido para realização da audiência pública é do deputado Coronel Meira (PL-PE).
Ele queria explicações do ministro sobre a alegação de que o governo federal teria recebido vários alertas quanto ao risco iminente de ataques aos prédios públicos localizados na Praça dos Três Poderes.
Na sequência, deputados do colegiado aprovaram uma convocação do então ministro, o que obrigaria sua presença, para o próximo dia 26.
Mais cedo, o GSI divulgou uma nota sobre a reportagem da CNN e afirmou que “as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos”.
Investigações continuam “Quanto as afirmações de que agentes do GSI teriam colaborado com os invasores do Palácio do Planalto, informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, acrescenta o texto.
Sobre as imagens de câmeras de segurança do Planalto, a pasta informou que elas fazem parte de inquérito instaurado no STF e que o GSI “não autorizou ou liberou qualquer imagem que não fosse destinada aos órgãos investigativos responsáveis, tendo em vista a proteção do sigilo do inquérito”.
Com informações de Veja e Agência Câmara