Na quinta-feira passada (13/04), movimentos ligados às pessoas com deficiência fizeram um protesto em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Como resultado, uma comissão do movimento foi recebida, no hall de entrada da Alepe, por alguns deputados, como a Débora Almeida (PSDB), Pastor Cleiton Collins (PP), José Patriota (PSB), Eriberto Filho (PSB), Luciano Duque (Solidariedade) e Sileno Guedes (PSB).
Eles se comprometeram com as pessoas presentes ao protesto a propor a criação de uma comissão permanente da pessoa com deficiência.
Depois de consideraram a promessa como uma conquista, considerando os problemas que permeiam à Pessoa com Deficiência (PCD) no estado de Pernambuco, as lideranças dos movimentos PCDs se reuniram novamente neste sábado (15/04), no bairro de Santo Antônio, em Recife.
O objetivo central foi unir todos os ativistas em prol da causa, além de articular pautas e reivindicações mais urgentes, como a questão da assistência médica ao PCD na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), no estado.
Segundo os participantes, as lideranças desse evento são, em sua maioria, autistas adultos, familiares de autistas e/ou simpatizantes da causa. “O autismo é um segmento PCD relativamente novo, que vem ganhando destaque pelo crescimento acelerado do grupo: segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), que é um centro de pesquisa americano, a prevalência do autismo é 1 em cada 36 crianças americanas.
No Brasil, a estimativa é que temos dois milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas o número é incerto e precisa ser oficializado por institutos de pesquisa como o IBGE.
Esse aumento no número de diagnósticos traz uma necessidade urgente por criação de políticas e investimento em saúde, assistência social, educação, pesquisa, entre outros”, afirmam.
Eles dizem ainda que, em Pernambuco, o segmento PCD, o TEA, ainda aguarda a concretização da promessa de campanha da atual governadora, Raquel Lyra, que prometeu criar os Centros de Referência em TEA no estado, de forma descentralizada. “Embora a pessoa TEA precise de um olhar mais atento das autoridades em todas as esferas, a saúde é a área mais afetada: as famílias tem encontrado dificuldade de acesso as equipes multidisciplinares para acompanhamento da pessoa com o diagnóstico, e até mesmo especialistas que emitam o diagnóstico.
Em Recife, por exemplo, o SUS, para atendimento a esse público, está em colapso: CISAM, CAPS, associações como a APAE e as ONGs estão atendendo com a capacidade máxima, e ainda possuem enormes filas de esperas.
Muitas famílias estão recorrendo a Defensoria Pública de Pernambuco (DPE) para conseguir as terapias que seus filhes precisam”. “O surgimento intenso e constante de grupos/ONGs, voltados para prestação de assistência médica para o público TEA e seus cuidadores, é uma prova da tentativa da sociedade civil em sanar a déficit de atendimento médico que deveria está sendo suprida pelo Estado.
Por isso, resolvemos nos juntar para articular pautas e unir o movimento para lutar por direitos básicos como o acesso a terapias com uma equipe multidisciplinar”, afirmam.