A governadora do Estado, Raquel Lyra, estará na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), na próxima segunda-feira, para um encontro reservado com todos os deputados estaduais.

O encontro está marcado para às 14:00 e vai ocorrer no buraco frio, como é chamado o espaço reservado exclusivamente aos parlamentares.

A especulação é de que o encontro seja realizado para a governadora apresentar algum pedido especial, ou apresentar novas ações de governo, em primeira mão ao Legislativo, depois de aprovar com sacrifício o projeto de um redesenho do orçamento do Estado, nesta semana.

A vice governadora Priscila Krause também participa do encontro.

O encontro também acontece depois de uma série de derrotas da nova gestora na Casa legislativa, seja na formação da mesa diretora, seja na formação das comissões.

O ápice da crise no relacionamento entre Executivo e Legislativo foi a aprovação das emendas impositivas para os parlamentares, na terça-feira.

Chamado de cheque especial, de R$ 5,7 bilhões, pela oposição, no dia da votação, o projeto do Executivo tinha apenas dois votos favoráveis ao governo.

Se não fosse a intervenção do presidente da Alepe, Álvaro Porto, pedindo aos deputados que dessem aval, seria a primeira derrota oficial de um projeto, da nova gestão.

O deputado Alberto Feitosa, do PL, desenterrou uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) prevendo a elevação dos valores e principalmente a eficácia dos pagamentos, uma vez que os governos, desde Eduardo Campos, pagam na valsa, em geral aos deputados aliados, sem respeitar o Legislativo.

Foi um momento de afirmação da Assembleia Legislativa.

Débora Almeida, aliada e nome de confiança da governadora Raquel Lyra, tentou sem sucesso pedir vistas da apresentação da PEC na Comissão de Constituição e Justiça da Alepe.

Quando percebeu que iria perder, o governo do Estado apresentou uma emenda prevendo o escalonamento progressivo, de modo a parecer que haveria acordo e não ficar tão feio para Raquel Lyra.

O líder do governo, Izaias Régis, também é criticado na casa por subir a tribuna e falar apenas de Garanhuns, cidade que já administrou e que hoje é tocada por um adversário político.

Os parlamentares também se ressentem de não terem informação sobre os planos e projetos de governo, sem boa comunicação com os secretários de Estado da nova gestão.

Após a aprovação dos projetos, Régis disse em discurso na casa que o governo ajudou e apoiou, como se fosse uma vitória do governo, mas foi rechaçado por mais de um deputado, citando que muito pelo contrário o governo tentou criar obstáculos, como foi a tentativa de vista de Débora Almeida.

Um dia antes da sessão, a própria governadora pediu ao presidente Álvaro Porto para não colocar o projeto em votação, se êxito.

Escutas individuais, com um tablet na mão Acusada na eleição passada de não negociar com os parlamentares, como aconteceu em Caruaru, com os vereadores, nestas primeiras semanas de março a governadora tem chamado individualmente os parlamentares até o Palácio do Campo das Princesas.

Nas conversas, ela anota as demandas dos deputados em um tablet pessoal.

O líder do governo não acompanha as reuniões e o chefe da Casa Civil também não, de acordo com o relato dos deputados chamados.