Depois de formar seu secretariado dando às costas aos deputados estaduais e ver a mesa diretora da Alepe formada por partidos de oposição, a governadora Raquel Lyra rendeu-se à política e dá sinais de que deve usar o segundo escalão para formar uma base parlamentar estável.

Sem número de votos suficientes, o governo corre o risco de não aprovar projetos prioritários e sofrer derrotas no plano de governo.

Na semana passada, conforme informou o blog de Jamildo, a governadora chamou ao Palácio do Campo das Princesas ao menos seis parlamentares para uma conversa pessoal, direta, sem a intermediação do líder do governo, Izaías Régis.

Nestas conversas, a governadora pediu sugestões e foi informada das demandas dos deputados.

O processo continua nesta semana. “Raquel é bem pragmática, entra chega, em meia hora discute as demandas e pede que passem os currículos para análise(em uma eventual ocupação de cargos no segundo escalão).

Contemplando os deputados, ela finalmente está se abrindo para a política.

Até deputados do PSB (menos radicais, é fato) estão sendo chamados para essas conversas.

Nenhum vai admitir ou falar abertamente de cargos”, explica um experiente parlamentar, sob a condição de reserva de fonte.

Neste começo de semana, por exemplo, o novo governo viu estancado um projeto de lei do Executivo pedindo um crédito especial de R$ 5 bilhões no Orçamento do Estado.

A ideia era reformar o orçamento elaborado pela gestão Paulo Câmara, mas o governo foi além.

Sem maioria, pode não haver avanço.

Na Alepe, de acordo com esses parlamentares, agora existe a expectativa de que Raquel Lyra vá construir uma base finalmente. “Com o acordo com os deputados, agora vai”.

Busca de apoio no atacado da política Além do varejo, Raquel Lyra tem apostado no atacado da política.

Nesta segunda-feira, o governo trocou o comandodoPorto do Recife, entregue a um aliado de Luciano Bivar, do União Brasil.

Na semana anterior, já havia escancarado as portas do governo para o PL, de Anderson Ferreira, que remanejou um primo do comando do Metrô do Recife para o Detran de Pernambuco, além de um advogado para um cargo comissionado na Secretaria de Justiça.