Um evento realizado pela Fundação FHC trouxe dados de pesquisa inédita do economista Maurício Moura sobre a força do bolsonarismo no país após a derrota do ex-presidente em 2022.
A avaliação foi feita no webinar “O bolsonarismo depois da derrota de Bolsonaro”.
Os principais pontos abordados no webinar apontam na direção de que, com ou sem Bolsonaro, o bolsonarismo veio para ficar e será uma força política competitiva nas próximas eleições presidenciais. “O presidente Lula, diante deste cenário, deverá enfrentar dificuldades, de acordo com os pesquisadores, para ampliar de maneira expressiva a sua aprovação como governante pela população brasileira – e assim aumentar seu potencial eleitoral nos próximos anos”.
O debate apontou a possibilidade de que o bolsonarismo possa assumir uma roupagem menos radical que a do ex-presidente Bolsonaro e seu núcleo familiar.
Em caso de inelegibilidade de Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais, já contam com importante simpatia do eleitorado de direita e despontam como nomes fortes para os próximos pleitos eleitorais.
Na mesma avaliação, as seguidas dificuldades e escândalos envolvendo Bolsonaro desde sua derrota – tais como seu afastamento voluntário do país, a depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, e o mais recente caso das joias sauditas – não trouxeram maiores prejuízos ao bolsonarismo.
Para os tucanos, em um cenário de persistente polarização política, teses conspiratórias e mentirosas continuam fortes nas redes sociais dos bolsonaristas e afetam sua interpretação dos fatos. “Não há indícios de que essa parcela da população brasileira, já habituada a consumir esses conteúdos, mudará de comportamento no curto prazo”, afirmam.