O GAJOP - organização da sociedade civil que há mais de 40 anos atua na defesa dos direitos humanos, vem realizando o monitoramento da política de Segurança Pública e passou a produzir dados da violência, em Pernambuco. “A iniciativa visa disponibilizar para a sociedade os dados de forma intuitiva para que as pessoas possam visualizar a dinâmica da violência letal, com informações detalhadas.
Além disso, dar luz aos casos e cobrar medidas efetivas se segurança como, por exemplo, as de enfrentamento à violência contra as mulheres”.
O Banco de Dados é uma plataforma que reúne o quantitativo de homicídio, feminicídios e transfeminicídios no estado, coletado a partir do que é publicado nos portais de notícias locais e da própria Secretaria de Defesa Social (SDS/PE).
A equipe que atua nos registros se dedica em checar, reunir, fazer o cruzamento dos dados e sistematizar todo material encontrado de forma criteriosa e revisada.
De acordo com o levantamento do GAJOP, nos anos de 2021 e 2022, é “nítido e gritante” o cenário de violência vivenciado pelas mulheres, em especial, as negras e moradoras da periferia. “Os números indicam também o quão é necessário que o Governo do Estado de Pernambuco passe a ter transparência e divulgue de forma qualificada os seus dados para que a população faça o controle social e contribua na formulação de políticas públicas específicas, em especial, de combate à violência e garantia do direito à vida para todas as mulheres”.
Neste estudo, o GAJOP informou que analisou elementos na notícia registrada e divulgada nos veículos de comunicação digital que trazem indícios sobre a possibilidade de ter acontecido um feminicídio.
Banco de dados sobre violência letal em PE com feminicídios e transfeminicídios (2021-2022) Em 2021 e 2022 o GAJOP mapeou, 155 feminicídios e 21 transfeminicídios; 61% dos feminicídios aconteceram dentro da casa das vítimas; 02 feminicídios foram praticados por agentes de segurança; 02 feminicídios por conexão - caso em que a vítima central do feminicídio morre, mas também morrem outras mulheres ligadas a ela.
Como, por exemplo, um homem matou uma mulher e, em seguida, a filha e a mãe da vítima central; 38% das vítimas tinham idades entre 35 e 60 anos, diferente dos homicídios cujas vítimas têm uma faixa etária menor; 30,3% da vítimas foram assassinadas com o uso de armas de fogo, as demais, 35,5%, com o uso de armas brancas como: faca, pedra, porretes, entre outros, demonstrando o requinte de crueldade nesse tipo de crime; 12,9% de feminicídios são por espancamento, que também reforçam o requinte decrueldade; 35,48% dos feminicídios aconteceram na Região Agreste, representando mais de 1⁄3 donúmero de casos do estado.
Nesta região, as cidades de Caruaru, Gravatá e Buíqueapresentaram os maiores índices com 09, 05 e 04 casos, respectivamente; Na Região Metropolitana, os municípios com maior número de casos de feminicídio foram:Recife - 22; Jaboatão dos Guararapes - 11; Paulista - 07.