Sem alarde, a Prefeitura do Recife já tem pronta a primeira versão do edital de licitação para a concessão administrativa do estádio do Geraldão, na Imbiribeira.
O Blog teve acesso, em primeira mão, ao documento assinado pela comissão de licitação.
Prefeitura do Recife fará concessão do Geraldão por 20 anos O objetivo é repassar o tradicional equipamento público para a iniciativa privada pelo prazo de 20 (vinte) anos.
As gestões de esquerda não gostam da palavra “privatização”, usando a expressão “concessão administrativa”.
Na prática, o Governo Federal, por exemplo, faz concessão administrativa dos aeroportos, mas a imprensa nacional usa a palavra privatização para se referir a este repasse para as empresas privadas.
A Prefeitura estima que o valor total do contrato ficará em R$ 175.278.226,14 (cento e setenta e cinco milhões duzentos e setenta e oito mil duzentos e vinte e seis reais e catorze centavos).
O critério de escolha da empresa privada será a maior oferta em dinheiro oferecida na outorga inicial.
A empresa eventualmente vencedora terá que pagar de imediato para a Prefeitura uma outorga fixa de, no mínimo, R$ 19.379.085,76 (dezenove milhões trezentos e setenta e nove mil oitenta e cinco reais e setenta e seis centavos).
Ou seja, ao assinar o contrato.
O valor pode aumentar, favorecendo a Prefeitura, se houver disputa entre as empresas interessadas.
A empresa, pelo edital, também se compromete a fazer investimentos em novas obras, de R$ 20.240.690,24 (vinte milhões duzentos e quarenta mil seiscentos e noventa reais e vinte e quatro centavos).
Por outro lado, a gestão de João Campos (PSB) espera que a empresa privada vencedora, que levar o estádio, poderá ter um faturamento total de R$ 283.967.465,50 (duzentos e oitenta e três milhões novecentos e sessenta e sete mil quatrocentos e sessenta e cinco reais e cinquenta centavos).
Ou seja, um possível lucro na concessão de quase R$ 110 milhões.
A gestão socialista só vê méritos em repassar para uma empresa privada o estádio.
Segundo a Prefeitura, as vantagens serão: A finalização de todas as obras e melhorias no complexo; Agilidade nas intervenções: contratação integrada; operação, manutenção e conservação pelo privado, inclusive nos períodos de utilização pública; ISS e Outorgas pagos aos cofres públicos municipais; Eficiência administrativa com a unificação da gestão contratual e dos processos licitatórios; Aumento do fluxo de eventos e do turismo de negócios, dinamizando a economia municipal; Consolidação do Recife como referência esportiva e de negócios no Norte-Nordeste; Aumento da demanda por voos nacionais e internacionais; Criação de empregos diretos, nas instalações do Complexo, e indiretos, em setores associados.
Mesmo com a concessão, a Prefeitura colocou no edital que teria direito de continuar utilizando parte do Geraldão.
O parque Aquático, as quadras poliesportivas e a quadra de areia continuariam sendo usadas 100% pela Prefeitura, sem ter que pagar nada para a empresa.
Sobre a chamada arena multiuso, o espaço principal do estádio, a Prefeitura teria direito a usar gratuitamente 60 (sessenta) diárias por ano, sem pagar nada.
A Prefeitura promete avaliar, durante os 20 anos, a gestão da empresa privada, empregando três critérios: Índice de Utilização, Índice Técnico-Operacional e Índice de Satisfação do Usuário.
De acordo com o desempenho, a empresa terá que pagar mais ou menos pela chamada outorga variável.
Para garantir a imparcialidade na avaliação, como acontece com a maioria das concessões administrativas, a Prefeitura e a empresa irão contratar um verificador independente para medir a avaliação.
Nos bastidores, a ideia atual da Prefeitura é lançar o edital já em abril.
A tentativa é que João Campos já possa assinar o contrato com a empresa privada em maio deste ano.
Todo o projeto está sendo tocado na Prefeitura pela Secretaria Executiva de Parcerias Estratégicas da Secretaria Municipal de Planejamento.
ESTÁDIO ANOS FECHADO E FOI REINAUGURADO POR GERALDO JÚLIO Fundado em 1970, o Geraldão completou 50 anos em 2020.
De lá para cá, fez parte da memória afetiva dos recifenses que frequentaram o ginásio nas décadas de 1970, 1980, 1990 e início dos anos 2000.
O Geraldão passou quase oito anos fechado, só sendo reentregue em setembro de 2020, na gestão do ex-prefeito Geraldo Júlio (PSB).
O último evento sediado pelo ginásio, antes do fechamento para a reforma, aconteceu em 2012, quando a seleção brasileira de futsal derrotou a Costa Rica por 5x0, em um amistoso internacional.
Leia Também Anderson versus Gilson Machado: Ex-prefeito volta a Brasília para discutir crescimento do PL Danilo Cabral dá sinais de insatisfação com o PSB A reforma foi orçada em R$ 45 milhões e passou por sete longos anos para ser finalizada.
O projeto inicial previa a entrega para junho de 2014, mas o projeto passou por sucessivos atrasos durante a gestão do PSB. “Geraldão é um ícone.
Eu tive a oportunidade jogar e assistir grandes jogos de seleção.
Espetáculos culturais de artistas. É um ícone da nossa cidade.
Todo mundo tem uma ligação afetiva com o Geraldão e ele agora está pronto.
Não apenas reformado, mas completamente modernizado, requalificado. É o melhor ginásio esportivo do Brasil e um equipamento ainda mais completo.
Vai promover atividades sociais, de saúde, esportivos da área de lazer.
E esse equipamento também tem vários salões para receber eventos corporativos também.
O turismo da nossa cidade também vai ter uma influência positiva com a reabertura do Geraldão”, falou o ex-prefeito Geraldo Julio, na época.
Estádio GERALDÃO fez 50 anos em 2020