Em um duro discurso na reunião ordinária desta segunda-feira (27), na Câmara do Recife, o vereador Osmar Ricardo (PT) sugeriu que o líder do governo do prefeito João Campos (PSB), vereador Samuel Salazar (MDB), entregasse a liderança da bancada governista após o veto do gestor à emenda do líder da oposição, vereador Alcides Cardoso (PSDB), que destinava o dinheiro arrecadado com a venda de 14 imóveis do município para habitação, creche e o fundo de Previdência municipal, o Reciprev.

Leia Também Vereador anuncia nas redes sociais voto contra venda milionária de imóveis do Recife, mas no plenário diz sim ao projeto de João Campos João Campos obtém aval para venda milionária de imóveis no Recife Com o veto, João Campos está livre para gastar os recursos da forma que achar melhor. “Fiquei estarrecido, senhores vereadores.

O líder do governo negocia com esta Casa, com as bancadas de vereadores para que votem no projeto de lei um acordo que o dinheiro arrecadado seria com o objetivo para a área de habitação, creche, escola, o dinheiro seria investido no Reciprev. (…) Então, o prefeito da cidade do Recife veta a emenda do vereador Alcides Cardoso que foi debatido, discutido e aprovado nesta Casa pela bancada do governo, pela bancada independente, mesmo assim o governo descumpre um acordo do seu líder.

Então, isso deixa precário a situação desta Casa porque a gente vai confiar mais em quem aqui?

Que deu a sua palavra, deu a sua força de líder da bancada de governo e que hoje perde de fato a sua liderança”. “Porque eu fosse o líder do governo eu entregaria a liderança de governo.

Primeiro, porque o prefeito vetou o projeto que está sendo debatido em toda esquina da cidade do Recife.

Dinheiro público da cidade do Recife.

E isso deixa o líder do governo numa situação muito difícil porque acordou com as bancadas e veta o projeto.

Então, é preciso que a gente aqui para votar novamente tem que ter não mais o líder e sim o prefeito ligar para os vereadores para poder aprovar”. “Vamos acreditar em quem?

A especulação imobiliária é muito grande na cidade do Recife.

Essa pressa, essa pressão de se votar esse projeto foi isso, mas precisava cumprir pelo menos uma parte do acordo, que era a emenda do vereador Alcides Cardoso”. “Estou aqui registrando a minha indignação por ter votado no projeto, ter acreditado no líder do governo e que hoje foi desfeito (o acordo) pelo veto do prefeito da cidade do Recife”, disse o vereador Osmar Ricardo (PT).

Após discurso de Osmar Ricardo, o líder do governo disse que foi “pego de surpresa” com o veto à emenda de Alcides Cardoso (PSDB), que votou contra a proposta da prefeitura, mas defendeu a sua modificação no texto para “diminuir o dano à cidade”. “Da mesma forma que alguns vereadores aqui foram pegos de surpresa, eu quero ressaltar que eu também fui pego de surpresa quando houve o veto parcial e essa emenda não pode ser aprovada pelo prefeito.

Imediatamente, eu fui buscar informações do porquê ele havia sido vetado e as justificativas que chegaram para mim foi uma questão jurídica.

O prefeito não sanciona ou não veta absolutamente nenhum projeto sem que tenha que passar pela Procuradoria de apoio.

Então, há um parecer da Procuradoria orientando o veto em decorrência, especificamente, daquela questão da emenda proposta pelo vereador Alcides Cardoso quando cita a questão de despesa que não poderia ser”, afirmou Samuel Salazar.