De acordo com registros do Mapeamento Nacional dos Conflitos pela Terra e Moradia, da Campanha Despejo Zero, são 21.552 famílias de Pernambuco sob risco de despejo.
Dessas, 9.306 estão localizadas na capital, Recife, 2.615 em Goiania (PE), 2.588 em Olinda (PE) e o restante divididas em outros 21 municípios do estado.
Pernambuco contabiliza ao todo 92 conflitos mapeados, sendo a Comunidade Caranguejo Tabaiares, localizada na capital pernambucana, o maior deles, com 4.000 famílias ameaçadas de despejo.
Segundo a entidade, todos esses números, entretanto, podem estar subnotificados.
O site realiza atualização constante no número de famílias atingidas em conflitos por todo o país.
Os dados mencionados são referentes ao dia 14 de fevereiro.
No Brasil, esse cenário não é diferente.
Ao todo, são 987.692 pessoas atingidas.
Dessas, 651.877 (66%) são negras e 592.615 são mulheres (60%), além de 168.895 crianças e 165.932 pessoas idosas. “O despejo é devastador para as famílias, especialmente para mulheres, crianças e pessoas idosas.
Desde o momento da ameaça, quando acontece o medo de ser despejado, além do trauma de um despejo violento, até às violações de direito enfrentadas por não ter onde morar.
A moradia é porta de entrada para uma série de direitos básicos.
Sem teto e sem comprovante de residência, as crianças não conseguem ter acesso à escola e aos serviços de saúde e lazer, enquanto as pessoas idosas sofrem por questões identitárias e pelos laços afetivos criados com o território”, disse Raquel Ludermir, coordenadora de Incidência Política da Habitat para a Humanidade Brasil.
De acordo com o levantamento, o estado com maior número de famílias nessa situação é São Paulo (63.781), seguido por Amazonas (29.672) e Pernambuco.
Além das famílias ameaçadas de despejo, o levantamento mostra também que o país tem mais de 1148 conflitos envolvendo disputas por terra e moradia.
Desde junho de 2020, quando a campanha Despejo Zero foi lançada, identificou-se pelo menos 36.717 grupos familiares que foram vítimas de despejo.